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domingo, 6 de fevereiro de 2022

 


18.6 É por suas obras que o cristão é reconhecido

Simeão

Bordeaux, 1863

Nem todos os que me dizem Senhor! Senhor! entrarão no Reino dos Céus, mas apenas os que fazem a vontade de meu Pai, que está nos céus.

          Escutem essas palavras do Mestre, todos vocês que repelem a Doutrina Espírita como obra do demônio! Abram seus ouvidos, pois chegou o momento de ouvir!

         Será suficiente se dizer a serviço do Senhor, para ser um fiel servidor? Será bastante dizer: "Sou cristão", para ser servidor do Cristo? Procurem os verdadeiros cristãos e os conhecerão por suas obras. "Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar bons frutos."

         "Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo." Essas palavras são do Mestre. Discípulos do Cristo, compreendam-nas bem! Quais os frutos que a árvore do Cristianismo deve dar, árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com a sua sombra uma parte do mundo, mas que ainda não abrigam  todos os que devem reunir-se em torno dela? Os frutos da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O Cristianismo, como o fizeram após muitos séculos, prega sempre essas divinas virtudes. Ele procura distribuir seus frutos, mas quão poucos os colhem! A árvore é sempre boa, mas os jardineiros são maus.

         Quiseram adaptá-la às suas ideias, modelá-la conforme suas necessidades; talharam-na, rebaixaram-na, mutilaram-na. Seus ramos estéreis já não dão maus frutos, pois nada mais produzem. O viajor sedento que se detém sob sua sombra, procurando o fruto da esperança, que lhe deve dar força e coragem, encontra apenas os ramos adustos, pressagiando tempestade. Busca em vão o fruto da vida na árvore da vida; as folhas tombam secas aos seus pés. As mãos do homem tanto as manipulou que as acabou queimando!

         Abram, pois, seus ouvidos e seus corações, meus bem-amados! Cultivem essa árvore da vida, cujos frutos proporcionam a vida eterna. Aquele que a plantou os convida a cuidá-la com amor, para que possam vê-la dar com abundância seus frutos divinos. Deixem-na assim como o Cristo lhes deu. Não a mutilem. Sua sombra imensa quer estender-se por todo o universo; não lhe cortem seus ramos. Seus frutos generosos caem em abundância, para alentar o viajor cansado, que deseja chegar ao fim da jornada. Não os amontoem, para guardá-los e deixá-los apodrecer, sem servirem a ninguém. 

            "São muitos os chamados e poucos os escolhidos." É que há os monopolizadores do pão da vida, como os há do pão material. Não se coloquem entre eles; a árvore que dá bons frutos deve distribuí-los para todos. Vão, pois, procurar os que estão famintos; conduzam-nos sob as ramagens da árvore e partilhem com eles o abrigo que ela lhes oferece. "Não se colhem uvas nos espinheiros." Meus irmãos, afastem-se, pois, dos que os chamam para apontar as sarças do caminho, e sigam os que os conduzem à sombra da árvore da vida.

         O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: "Nem todos os que me dizem Senhor! Senhor! entrarão no Reino dos Céus, mas apenas os que fazem a vontade de meu Pai, que está nos Céus."

         Que o Senhor de bênçãos os abençoe, que o Deus de luz os ilumine; que a árvore da vida lhes ofereça, com abundância, seus frutos! Creiam e orem!

            Jorge Leite de Oliveira - Dr. em Lit. pela UNB, com pós-doutorado cultural pela UNEB.

            Tradução livre em 3.ª pessoa.

 

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