Em 27 fev. 2022
19.3 Parábola da figueira que secou
Quando saíram de Betânia,
ele estava com fome; e avistando ao longe uma figueira, ele foi ver se ali
encontrava alguma coisa, e, aproximando-se dela, encontrou apenas folhas,
porque não era tempo de figos. Então,
Jesus disse à figueira: Que ninguém
coma fruto algum de você. O que seus discípulos entenderam. Na manhã seguinte,
ao passarem pela figueira, viram que ela secara até as raízes. Pedro, lembrando-se do que dissera Jesus, disse: Mestre, veja
como a figueira que você amaldiçoou ficou seca. Jesus, então, lhe disse: Tenham
fé em Deus. Eu lhes digo, em verdade, que
qualquer um que disser a esta montanha: Saia daí e jogue-se ao mar, sem hesitar
em seu coração, mas crendo firmemente de que tudo o que disser sucederá, ele o
verá acontecer (Marcos, 11:12-14
e 20-23).
A figueira que secou é o símbolo das pessoas que apenas
aparentam aparência do bem, mas na realidade nada produzem de bom; dos oradores
que possuem mais brilho do que solidez; suas palavras trazem o verniz superficial; elas agradam aos
ouvidos, mas quando as analisamos, nada
revelam de substancial aos corações; após faladas, pergunta-se que proveito foi
tirado delas.
É também o símbolo de todas as pessoas que tendo meios
de ser úteis não o são; de todas as utopias,
de todos os sistemas vazios, de todas as doutrinas sem base sólida. O que
falta, na maioria das vezes, é a verdadeira fé, a fé realmente fecunda, a fé
que faz vibrar as fibras do coração, em uma palavra, a fé que transporta
montanhas. Essas são árvores cobertas de
folhas, mas sem frutos. É por isso que Jesus as condena à esterilidade, pois
dia virá em que ficarão secas até as raízes. Significa
dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que não produziram nenhum bem
para a Humanidade, tombarão reduzidas a nada; que todos os homens voluntariamente
inúteis, que não se utilizaram dos recursos de que traziam consigo, serão tratados
como a figueira que secou.
Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos. Suprem os órgãos materiais que faltam àqueles, para nos transmitirem as suas instruções. É por isso que são dotados de faculdades para esse efeito. Nestes tempos de renovação social, eles têm uma missão especial: são como árvores que devem fornecer o alimento espiritual aos seus irmãos. Eles multiplicam-se, para que o alimento seja abundante.
Estão
por toda parte, em todos os países, em todas as classes sociais, entre os ricos
e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que em parte alguma haja
deserdados, e para provar aos homens que todos são chamados. Mas se eles
desviam de seu fim providencial a faculdade preciosa que lhes foi concedida, se
a usam em coisas fúteis e prejudiciais, se a empregam a serviço dos interesses
mundanos, se em vez de frutos salutares dão maus frutos, se recusam-se a
torná-la proveitosa para os outros, se não tiram proveito dela para si mesmos,
melhorando-se, eles são como a figueira estéril.
Deus lhes retirará um dom que se tornou
inútil em suas mãos: a semente que não sabem fazer frutificar, e os deixará tornar-se
vítimas dos maus Espíritos.
Tradução livre de Jorge L. de Oliveira
http://lattes.cnpq.br/0494890808150275
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