EM DIA COM O MACHADO 573
SÓS, MAS NEM TANTO... (Jó)
Alma amiga, há um brocardo que diz:
“Quando nasceste, todos sorriam, só tu choravas. Vive de tal modo que, quando
morreres, todos chorem, só tu sorrias”. Evidentemente, não devemos esperar tanto...
Há até mesmo artistas renomados que pedem aos amigos e fãs a realização de uma
festa durante as suas exéquias. Algumas religiões admitem até que se cantem
músicas, especialmente, após sete dias do enterro do falecido, qual ocorre com
algumas correntes budistas.
A morte ou despedida de alguém querido
é também homenageada em belas músicas de nossos cantores, como Tim Maia, que
gravou Gostava tanto de você, composição de Edson Trindade. Segundo uma
versão da origem da música, ela teria sido feita em homenagem a uma filha do
cantor, falecida quando jovem. Outra bela música, também entoada como despedida
de alguém muito querido, é a versão em português, pelo compositor Fernando
Brandt, da música Canção da América, escrita em inglês por Milton Nascimento
sob o título de Unencounter. Considerada
popularmente como hino da amizade, a música foi composta em homenagem a Ricky Fataar, amigo
de Milton Nascimento, e também foi cantada nas despedidas de personalidades
famosas falecidas, como Airton Senna e Leandro, cantor de dupla famosa com seu
irmão Leonardo. Epitáfio, cantada pelo grupo Titãs, lembra-nos
que a morte é o fim de todas as ilusões e que, portanto, precisamos ocupar bem
os momentos vividos com aqueles que amamos.
Outras músicas que relatam a dor do
luto e a necessidade de continuar a aproveitar bem nossa vida, guardando com
carinho a lembrança de quem partiu para o mundo invisível, são as seguintes: Sonhando,
música cantada por Bruno e Marrone, composta por Anderson Richards em homenagem
a seu pai falecido; O anjo mais velho, música escrita por Fernando
Anitelli em homenagem ao seu irmão falecido.
Com a letra de Fita amarela, escrita e cantada por Noel Rosa e regravada por Zeca Pagodinho, encerro essa mostra, que você pode ouvir em letras.mus.br, site https://letras.mus.br/noel-rosa-mus:
Quando eu
morrer,
Não quero
choro, nem vela, Bis
Quero uma
fita amarela
Gravada
com o nome dela.
Se existe
alma,
Se há
outra encarnação,
Eu queria
que a mulata
Sapateasse
no meu caixão
Sapateia,
sapateia...
Quando eu
morrer,
Não quero
choro, nem vela, Bis
Quero uma
fita amarela
Gravada
com o nome dela.
Não quero
flores,
Nem coroa
com espinho
Só quero
choro de flauta
Com violão
e cavaquinho!
Quando eu
morrer...
Quando eu
morrer,
Não quero
choro, nem vela, Bis
Quero uma
fita amarela
Gravada
com o nome dela.
Sobre o tema morte, o Espírito
Emmanuel, antes de sua mensagem intitulada Autolibertação (extraída da
obra Fonte Viva, psicografada por Chico Xavier), cita este versículo de
carta de Paulo, que lemos em I Timóteo, 6:7: “Nada trouxemos para este
mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”. Em seguida, diz Emmanuel: “Se
desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do ‘eu’, começa o teu curso de
autolibertação, aprendendo a viver como possuindo tudo e nada tendo, com
todos e sem ninguém”.
Prosseguindo, diz: “Se chegaste à Terra
na condição de um peregrino necessitado de aconchego e socorro e sabes que te
retirarás dela sozinho, resigna-te a viver contigo mesmo, servindo a todos, em
favor do teu crescimento espiritual para a imortalidade”.
Entre outras frases, para nossa
reflexão, recomenda-nos consagrarmo-nos ao bem por amor ao próprio bem, antes
de qualquer coisa. E que ser “realmente grande” é reconhecer “nossa pequenez
ante a vida infinita”. Por isso mesmo, sugere-nos não nos impormos a ninguém,
“afugentando a simpatia” doutrem, pois nem sempre prescindiremos do concurso
alheio na execução de nossos trabalhos.
Também nos lembra que não devemos
imaginar nossa dor como sendo maior que a dor do nosso vizinho, e que nem tudo
o que nos agrada agradará àqueles que nos seguem. Entretanto, ainda segundo
esse elevado Espírito, é muito importante combatermos nossa tendência ao
melindre pessoal, pois magoar-se com “o sarcasmo ou o insulto dos outros” é
semelhante a “cultivar espinhos alheios em nossa casa”.
Antes de concluir sua bela mensagem,
Emmanuel demonstra que, mesmo afastados da companhia dos seres amados e da
sociedade humana, em geral, a cada manhã, devemos manter o propósito de seguir
para “diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com quem nos
emprestou a vida, e não com os homens que a malbaratam”.
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