Reportagens!...
Tantas vejo, Entre
pessoas e fatos, Revelando
altos contatos No
campo da informação!... São
estudos de armamentos, Informes
de grandes vultos, Entrevistas
de homens cultos, Assuntos
de ocasião... Lendo
as letras das cidades, Busquei
as periferias, Tentando
outras companhias Que
desejava escutar; Pareceu-me
estar num mundo, Desvairado
e diferente, Onde
existe tanta gente Entre
a revolta e o pesar. Vi
pobre mãe a estender-me, No
auge do desconforto, Triste
seio semimorto E
uma criança a gemer, —
Minha irmã — ela me disse —, Que
dizer do que me ocorre, Grito
e ninguém me socorre, Vendo
meu filho a morrer... Numa
choupana de lata, Falou
cansado ancião: —
Explicar-me? Por que não? Note
a mágoa que senti... Sou
cego, mas tive casa, Com
mesa rica e seleta, Dei
o que eu tinha a uma neta E
a neta largou-me aqui... Foi
num telheiro afastado Que
encontrei mais adiante A
irmã quase agonizante Com
febre alta a pedir: —
Minha irmã rogue, em meu nome, À
pessoa que me aceite Um
pires de pão com leite Para
que eu possa dormir... Mais
além, outra mulher, Transportava,
a curtos passos, Um
filho morto nos braços Para
dá-lo a um rabecão: Ela
chamava: — “Oh! Meu Deus, Se
entreguei meu filho à morte, Quem
será meu braço forte, Nas
horas de privação?!... Entrevistas,
reportagens?... Em
serviço, trago esta... Não
tem o gosto de festa, Nem
verbo renovador; Traduz
apenas convite Ao
trabalho, em qualquer hora, Para
darmos a quem chora Uma
centelha de amor. DOLORES, Maria (Espírito). Alma e vida. Psicografado por: Francisco
Cândido Xavier. São Paulo: Cultura Espírita União, 1984.
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