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domingo, 8 de outubro de 2023

 

A SUBLIME POESIA DE MARIA DOLORES



GENTE NOSSA

 

No atendimento à penúria

Da multidão que desfila

De alma cansada e intranquila,

Rogando agasalho e pão,

Não digas que esse trabalho

Vem de vaidade ou loucura

Desprimorando a cultura

Ou deprimindo a visão...

 

Silencia por instantes

O alarme da inteligência

E escuta na consciência

O coração a falar;

Essa fila enorme e aflita

É nossa família à frente,

Pedaço de nossa gente,

Em torno de nosso lar.


De sentimento a guiar-te,

Notarás no próprio peito

Surgir imenso respeito

Por esses irmãos na dor;

Olha o garoto que passa,

Enfermo, de olhar sem brilho,

Podia ser nosso filho,

Gritando por nosso amor.

 

Fita os irmãos fatigados

Sob as rugas da incerteza,

Marcados pela tristeza

De quem vive sempre a sós;

Foram jovens cintilantes,

Que em meio à graça e ao ruído,

Talvez pudessem ter sido

Nossos pais, nossos avós...

 

Alegra-te por servi-los.

Doar-lhes paz e esperança

É próprio de quem avança

Cumprindo as Divinas Leis;

Acolhe-os e escutarás

A voz do Cristo, onde fores:

— “Todo o amparo aos sofredores

É sempre a mim que o fazeis.”

 

(DOLORES, Maria. In: Alma e vida. Psicografado por Chico Xavier. São Paulo: Cultura Espírita União, 1984, p. 49)

 


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