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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Em dia com o Machado 27 (jlo)
             Boa-madrugada!
             Amigo leitor, não sei se você é leitor assíduo da Bíblia. Não? Ao menos dos evangelhos, deveria ser, pois estamos atravessando momentos cruciais na transformação do nosso orbe. E por que não dizer? Do nosso ser.
            Não, o mundo não vai acabar no dia 21. Por isso mesmo, estou postando esta crônica no raiar do dia 10 de dezembro de 2012, para que, no dia aprazado, você possa dizer: — Bem que o M. disse...
            Mas, como dizia, é bom conhecer os evangelhos. Lê-se em Lucas, cap. 17, vers. 11 a 19, a narração sobre a cura, por Jesus, de dez leprosos. Dos dez, somente um voltou para agradecer; foi um samaritano, de um povo considerado herege pelos judeus.
            Então, Jesus perguntou-lhe: “Não eram dez os limpos? E onde estão os nove?”. Pois bem, apenas a ele o Senhor garantiu a cura real, que não se restringe ao corpo físico, mas ao espírito.
            Assim também ocorre conosco, no cotidiano de nossas vidas. Quantas vezes, pregamos a união e praticamos a desunião, falamos em fraternidade e damos as costas ao nosso irmão, recomendamos solidariedade e, de nariz empinado, o silêncio é a resposta, quando um amigo ou amiga nos espera o apoio moral, ou mesmo um simples obrigado a uma mensagem bonita, ou que pelo menos assim a julgamos.
          Quer tirar uma prova disso? Não mande nenhuma mensagem de corrente espiritual, ou pedido de envio de e-mails a seus amigos. Escreva uma pequena frase de poucas linhas, com uma mensagem pessoal e envie a trinta amigos, desejando-lhes feliz Natal. Se mais de três responderem, dê graças a Deus e louve-o pelos amigos que tem.
            Faça um convite a cem amigos para o lançamento do seu livro e não aguarde mais que dez pessoas no evento.
           Convide os cem para uma festa de arromba, com comida, bebida, etc. tudo por conta da “casa” e garanto-lhe que mais de cinquenta por cento comparecerão.
            Assim é a vida, meu amigo. Quando precisamos dar algo de nós a nossos amigos, sentimo-nos incomodados. Mas se o beneficiado somos nós ainda achamos pouco se três em dez nos respondem solidariamente.
            Por vezes, movemos o mundo atrás dos nossos interesses, mas não somos capazes de teclar algumas linhas de agradecimento a uma singela mensagem pessoal. Quem sabe se isso não é reflexo de um comportamento arredio meu? Faça o teste e diga-me o resultado. Se mais de dez por cento lhe responderem, seu prestígio está muito acima do meu. Mas envie a mensagem a, pelo menos, cinquenta pessoas.
            Essas são reflexões de véspera de Natal, mas sempre é bom lembrá-las a cada dia do ano. Onde está a união que tanto pregamos, se não somos capazes de retornar um simples voto de Boas Festas?
             Na questão 886, de "O livro dos espíritos", Allan Kardec pergunta:
- Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como o entendia Jesus?
E a resposta é um BIP: B de benevolência; I de indulgência e P de perdão.
Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias e perdão das ofensas.
            Talvez eu ainda precise repetir milhares de vezes essa frase para mim mesmo, a fim de me tornar mais complacente com o meu próximo e exercitar a verdadeira caridade.
            Que o próximo ano lhe seja promissor. E perdoe-me o pessimismo. É que a idade me vai tornando Casmurro.
            Bom-dia!     

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