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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012



Em dia com o Machado 29 (jlo)

Bom-dia, amig@!

            Hoje vamos conversar mais um pouquinho sobre política.
            Havia um povo, que alguns acreditam que era um continente desaparecido chamado Atlântida. Pois bem, esse continente era também um país, como a Baviera. E digo mais, anualmente, havia um concurso de miss universo. Naquele ano, o concurso seria na maior cidade da Atlântida, famosa por promover grandes eventos e competições diversas, em geral com vencedores atlantes.
            Os atlantes se consideravam o povo mais democrático do mundo; entretanto, não suportavam ficar por baixo de nenhum outro país, seja no que fosse: na economia, na política, na religião, nos esportes, nos concursos, etc. Tudo eles queriam ganhar.
            Só não esperavam ficar por baixo das águas de um tsunami algum tempo após o citado concurso.
            No dia do evento, entre 89 candidatas dos diversos países, apenas cinco foram para a classificação final. Dali sairia a miss universo. Pois bem, eram elas uma candidata da Baviera, outra da Atlântida, outra das F, outra mais da V. e, por fim, outra da A. Todas muito bonitas, indubitavelmente.
            Veio o desfile de vestidos: o da V. era muito bonito, como o das F. e o da A. Contudo, o da Baviera era belíssimo, contrariamente ao da Atlântida, que mais parecia um vestido de noiva roxo, de um brilho suspeito... Cheio de panos... Isso, porém, não significava muita coisa, pois não seria pela roupa que seria escolhida a vencedora.
            Em seguida, pediu-se para que cada candidata respondesse a uma pergunta. Abro aqui um parêntese para esclarecer que o idioma atlante era, à época, dominante no mundo. Podia-se falar como se quisesse na língua pátria dos outros países, em especial, o idioma baviero. Tropeçar no vocabulário, errar na concordância, na regência verbo-nominal, não saber conjugar o imperativo, etc. etc. podia. No entanto, qualquer deslize cometido na pronúncia do atlante era fatal. No mínimo que acontecia era o(a) falante ser ridicularizado:
— Você viu como ela pronunciou a palavra x e a concordância de y? É uma analfabeta.
— Esse cara é um imbecil, não domina o atlante...
            E por aí ia...
            Fecho parêntese.
            Vamos agora ao porte das candidatas: a da V. era linda, sempre era a primeira a ser chamada, em todas as etapas do concurso. A das F. era não menos deslumbrante, assim como a de A. e a da Baviera. Todas elas de um porte alto, medidas proporcionais. Não sei se era por ser baviero, mas, no meu entender, entre todas, pelo porte, 1,81m, destacava-se a nossa candidata. As demais giravam em torno de 1,75 a 1,77m. Todas bonitonas... No meu (suspeito) entendimento, a candidata baviera era (com trocadilho e tudo) um monumento de beleza que deixava as outras bem abaixo.
            E a da Atlântida? perguntará o caro leitor. Tinha um metro e sessenta e sete centímetros e era bonitinha.
            Vamos às perguntas e às falas das candidatas. A primeira a ser entrevistada foi a da V., que respondeu em atlante macarrônico e acabou bastante criticada pelos apresentadores da TV Baviera:
— Se não sabe falar atlante, melhor seria falar na língua do seu país.
            Veio a candidata da Baviera e não quis arriscar a língua local. Falou em baviero mesmo e surpreendeu pela inteligência e bom-senso.
            As demais candidatas responderam em um atlante impecável, inclusive a daquele país.
            Os julgadores da Atlântida nada diziam, só anotavam...
            Após alguns minutos de suspense, veio o veredicto:
em quinto lugar: a candidata da Baviera (detalhe: não sabia falar atlante);
em quarto lugar: a candidata da V (detalhe: assassinou o idioma atlante);
em terceiro lugar: a candidata da A (no meu modesto entender, uma das mais bonitas);
em segundo lugar: a candidata das F (idem acima);
em primeiro lugar: a mais baixa candidata de todos os tempos: a jovem de 1,67m da Atlântida.
            Mas que ela deu um verdadeiro show em atlante na sua resposta à pergunta formulada, lá isso deu, ora se deu...
            A partir desse concurso, os padrões de beleza passaram a ser ditados por esse país, cujas belas mulheres tinham, em média, 1,60m.
            Seria o fim do mundo? Não, não estamos em 2012 e hoje não é 21 de dezembro...
            Mas que a Atlântida vai acabar submersa, lá isso vai!
            Boas Festas!

            Ps.: permitida a versão em outros idiomas, em especial, em atlante.

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