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sexta-feira, 7 de março de 2014


COMUNICAR É PRECISO II (Jorge Leite)

“Ensinar não é ferir; é orientar o próximo, amorosamente, para o reino da compreensão e da paz.” (XAVIER, Chico. Agenda Cristã. Pelo espírito André Luiz.)

            Amigos, nem bem foi criada a página “Vivendo e aprendendo com a língua portuguesa” e já mudamos seu título, agora definitivo para “Comunicar é preciso”. Como o título original foi mudado, mas o objetivo não, estamos agora no comunicado II. Vamos lá.

1. Se a Maria, está um pouco cansada com a palestra do irmão de boa vontade no seu centro espírita e, ao monologar baixinho sobre o fato, disser: “Estou meia cansada de ouvir esse expositor, pois sua palestra está meia longa”. O que você acha, a Maria está errada?

Depende:

a) Se for em relação à apreciação do conteúdo da palestra, ela pode estar com carradas de razão.

b) Se for com relação à forma de seu monólogo, ela está em desacordo com a norma culta. O correto é substituir a palavra meia por meio, pois, nesse caso, esse vocábulo é um advérbio invariável, com o significado de um pouco.

            Assim, a Maria deveria dizer: “Estou meio cansada de ouvir esse expositor, pois sua palestra está meio longa”.
          

            2. Aquele doutor em linguística aplicada escreveu que “O modelo sócio-econômico brasileiro está completamente equivocado”. Ele está certo?

            Também depende:

            a) Como ele não é da área econômica, tanto pode estar certo como errado, conceitualmente falando.

            b) Já em relação à palavra “sócio-econômico” ele está equivocado, pois o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), editado pela Academia Brasileira de Letras, responsável legal pela ortografia em nosso país, registra apenas as seguintes opções para essa palavra e seus derivados: socieconômico ou socioeconômico.

            Somente a palavra sócio-gerente é registrada assim no VOLP.

           Arrolamos abaixo os principais casos com grafia correta dos compostos com “socio”:

sociobiologia
sociogenia
sociobiológico
sociogênico
sociocracia
sociogeografia
sociocrático
sociogeográfico
sociocultural
sociografia
sociocultural
sociográfico
socioculturalização
sociograma
socioculturalizar
socioinstitucional
sociodrama
sociojurídico
socioeconomia (ou socieconomia)
sociolatria
socioeconômico (ou socieconômico)
sociolátrico
socioeconomismo (ou socieconomismo)
sociolinguista
socioeconomista (ou socieconomista)
sociolinguística
socioeconomístico (ou socieconomístico)
sociolinguístico
sociofamília
sociopolítica
sociofamiliar
sociopolítico
sociofamiliaridade
socioprofissional
sociofilia
sociopsicogenia
sociófilo
sociopsicogênico
sociofobia
sociopsicologia
sociófobo
sociopsicológico
sociogenético
sociopsicólogo

 
Referência

ACADEMIA Brasileira de Letras. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. 5. ed. São Paulo: Global, 2009.
Até breve!

LEIA, TAMBÉM, QUESTÕES VERNÁCULAS

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


 

 
Na semana passada, vimos como a pontuação correta ajuda a clarear o sentido do que escrevemos. Como consequência, a pontuação incorreta ou inexistente concorre para ampliar os casos de ambiguidade ou anfibologia, um vício de linguagem que se dá quando a frase admite mais de uma interpretação, o que pode também ocorrer quando não há cuidado na colocação dos termos da oração.
 
Vejamos este exemplo:
– O menino viu o incêndio do prédio.
 
Duas dúvidas a frase apresenta: 
1ª O menino viu o prédio incendiar-se?
2ª O menino estava no prédio e de lá viu um incêndio?
 
Mais exemplos de ambiguidade:
  • Peguei o menino correndo.
  • Prefeito fala da reunião no Canal 5.
  • Ele prendeu o ladrão em sua casa.
  • O avô viu a avó sentada em sua cadeira.
  • Pedro viu o desmoronamento do barracão.
  • O marido estava na praça quando viu a mulher de binóculos.
  • Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro à sua procura.


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