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sábado, 29 de março de 2014

COMUNICAR É PRECISO V (Jorge Leite)                                         
                                                           
Quando ensinar, não seja arrogante.
E não se esqueça de que o aprendizado dura a vida toda.                                                                 (PASTORINO, Carlos Torres. Minutos de sabedoria.)
                                              
                                                                      
As palavras ou expressões destacadas estão corrigidas entre colchetes ao lado da frase.
Ouvido numa rádio baiana, em 9 de janeiro de 2009, às 13h20:
“O sequestro da menina Eloá trouxeram à tona a situação do seu pai.” [trouxe]
Dito por um jogador: Nós se atrasamos... [Atrasamo-nos...]
Ouvido em outra rádio há três dias: Ela foi no banco e não achou o dinheiro... [foi ao banco]
“Lido no face: Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler.” (Benjamin Franklin). [coisas que valham a pena]
Agora, outra frase postada facebook:
Aonde está o erro dessa frase?” [Onde estão os erros desta frase?] (A frase estava toda errada, rs.)
Onde/aonde
Onde é advérbio que se usa com verbos que expressam situações estáticas: “Onde está você?”
Aonde expressa situações de movimento: Aonde você vai?

Pra onde vou
(Jorge Leite)

Pra onde vou,
Quando vou,
Como vou,
Por onde vou?

É o que mais desejamos
Da vida saber
Antes mesmo de nascer.

De onde vim,
Quando vim,
Como vim,
Por onde vim?
[...]

E agora, José? Pra onde, ou Pra aonde vou? Por onde, ou Por aonde?

Observe que, antes dos advérbios, já há as preposições “para” e “por”. Nesses casos, se juntarmos a preposição “a”, teremos  duas preposições antes do advérbio. Por isso o “pra onde” e não “pra aonde”, “por onde” e não “por aonde”. 
É o nosso entendimento. Se houver vozes mais doutas, que nos corrijam com fundamentação melhor.

ESTE/ESSA, DESTA/DESSA, AQUELE(A)

Há três usos para os pronomes demonstrativos, segundo Dad Squarisi:
1º quando se referem a situações espaciais:
este(a) e variações: informam proximidade do ser ou coisa com quem se fala ou escreve. Ex.: Esta bíblia é minha, Paula. (a bíblia que está comigo)
esse(a) e variações: esclarecem que o ser ou objeto estão próximo da pessoa com quem se fala. Ex.: Essa bíblia é sua, Paula. (a bíblia está com a Paula)
aquele(a): aponta para algo distante das pessoas do discurso. Ex.: Aquele jatobá é enorme. (a árvore está longe nós)
2º quando se referem a situações no tempo:
este e variações: tempo atual ou presente. Ex.: Neste domingo haverá o jogo entre Flu. e Vasco. (amanhã)
esse(a), aquele(a) e variações: esse(a) se o tempo passado é recente; aquele(a), se é distante. Ex.:
Em 2013, fomos à França. Nesse ano, visitamos também Portugal e fomos ao convento de Santa Isabel de Aragão, que reinou durante o século XIII. Naquele século, a Igreja instaurara a Inquisição.
Lembrete: o tempo é psicológico; nesse caso, o emprego de esse(a), aquele(a) vai depender de cada enunciador.
3º quando indicam situação textual:
este(a) e variações: expressam fato posterior a uma citação. Exemplo: O senador disse esta frase: “A política é feita de demagogia”;
esse(a) e variações: referem-se ao que foi dito antes, na frase. Exemplo: A Petrobrás perdeu 70% de seu valor comercial. É de arrepiar, saber que nossa maior empresa está nessa situação...

Lembrete útil: no texto, noventa por cento das vezes, estão presentes esse, essa, desse, dessa, nesse, nessa... vez que, de ordinário, o que se diz vai ficando para trás. Não se esqueça dessa dica.
Até...

REFERÊNCIAS

ACADEMIA Brasileira de Letras. Vocabulário ortográfico da língua portuguesa. 5. ed. São Paulo: Global, 2009.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
SQUARISI, Dad. Dicas da Dad: português com humor. Brasília: Correio Braziliense, 2001.
OLIVEIRA, Jorge Leite de. Texto acadêmico: técnicas de redação e de pesquisa científica. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Reimpressão em 2013.
OLIVEIRA, Jorge Leite de (org.); CRAVEIRO, Manoel; CAMPETTI SOBRINHO, Geraldo. Guia prático de leitura e escrita. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

QUESTÕES VERNÁCULAS (3ª edição)
           
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)



Veremos hoje e nas semanas seguintes uma relação dos erros mais comuns que se verificam na construção de textos em nossa língua:
1.     Entre eu e ela não existe mais nada.
2.     Está tudo bem entre tu e teu pai?
3.     Há dez anos atrás eu comecei a estudar.
4.     Vou assistir o filme com meus amigos.
5.     Prefiro ler do que praticar esporte.
6.     Joana caiu e quebrou o óculos.
7.     Nunca lhe vi mais gordo.
8.     Chegamos em Londrina bem cedo.
9.     O atraso implicará em uma multa pesada.
10.  Pedro vive às custas do pai.

Eis os textos corrigidos e, entre parênteses, as explicações pertinentes:
1.            Entre mim e ela não existe mais nada. (Depois das preposições “entre” e “para” não se usa o pronome “eu”, mas sim o pronome oblíquo “mim”.)
2.            Entre ti e teu pai está tudo bem? (A mesma restrição citada no item anterior aplica-se ao pronome “tu”, devendo-se usar no caso o pronome oblíquo “ti”.)
3.            Há dez anos eu comecei a estudar. (A frase “há dez anos” já implica a ideia de passado; por isso, o vocábulo “atrás” é inteiramente redundante.)
4.            Vou assistir ao filme com meus amigos. (O verbo assistir, com o sentido de presenciar, pede objeto indireto. Quando o sentido é a assistência a uma pessoa enferma, aí sim o objeto será direto: O enfermeiro assistiu meu pai com muito carinho.)
5.            Prefiro ler a praticar esporte. (Toda vez que se usa o verbo preferir, a preposição “a” se torna inevitável, como se vê nestes dois exemplos: Prefiro andar a ficar sentado. Prefiro feijoada a pizza.)
6.            Joana caiu e quebrou os óculos. (O vocábulo óculos usa-se sempre no plural e o artigo concorda com ele, indo também para o plural.)
7.            Nunca o vi mais gordo. (O verbo ver pede objeto direto. A gente vê algo, e não vê a algo.)
8.            Chegamos a Londrina bem cedo. (O verbo chegar exige a preposição a em construções desse tipo: Chegou à cidade. Chegou ao país. Chegou à repartição. A única exceção admitida é quando se refere à casa: Chegamos em casa.)
9.            O atraso implicará uma multa pesada. (O verbo implicar, quando usado com esse sentido, pede objeto direto. Existe ainda “implicar com”, usado nestes exemplos: Ela vive implicando com o pai. João implica com todo mundo.)
10.         Pedro vive à custa do pai. (À custa, e não “às custas”, é o correto.)


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