Em dia com o
Machado 96 (jlo)
“Influem os Espíritos em nossos pensamentos e atos?
Resposta: Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto,
que, de ordinário, são eles que vos dirigem." (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 459.)
— O que é isso, Machado? Você agora só pensa em
espíritos e em Espiritismo?
— Amigo, releia minha obra em prosa. Não poucas
vezes, ela transpira Espiritismo. Releia minhas crônicas, meus contos, meus
romances. Há neles inúmeras referências aos fenômenos mediúnicos ou ao
Espiritismo. Só não lê quem não quer ver. E muitos estão cegos...
— Mas por que você citou a questão 459 d’O Livro
dos Espíritos?
— Para tentar abrir-lhes os olhos entrevados...
Keep your eye on the target. Ser perfeito é a meta da felicidade eterna.
Lembra-se da passagem citada por Jesus na parábola
do rico e de Lázaro, o mendigo? Vou refrescar-lhe a memória e sintetizá-la: O
rico vivia nababescamente. O mendigo nada tinha para comer e se contentava com
as sobras dos banquetes do rico, as quais dividia com os cães. O rico morreu.
Lázaro, o mendigo chaguento, também. O primeiro foi para as regiões infernais,
que existem sim, como criações mentais da pessoa culpada. O segundo foi para as
regiões felizes. Então, ao ver pai Abraão, ao longe, o rico pede-lhe para
deixar Lázaro ao menos molhar a ponta de seu dedo na água e passá-lo nos seus
lábios, para refrescá-lo um pouco dos tormentos da chama consciencial. Pai
Abraão responde-lhe que isso não seria possível, pois o rico tivera tudo na
existência física, enquanto Lázaro se alimentara com os restos de comida
destinada aos porcos da faustosa residência daquele. Ouvindo isso, o rico pede
a pai Abraão para enviar Lázaro a seus cinco irmãos, “vivos”, a fim de
alertá-los sobre as consequências futuras de seus atos egoístas. A resposta é
um primor de sabedoria: “— Eles têm Moisés e os profetas, ouçam-nos”. Ante a
insistência do rico, diz Abraão: — “Se não ouvem Moisés e os profetas, em nada
mais crerão, ainda que algum dos mortos ressuscite”.
— E um dos “mortos” que ressuscitaria de modo
incontestável fora o próprio contador da parábola, Jesus Cristo, não é mesmo,
Machado?
— Exato, amiga
leitora, e as palavras simbólicas da parábola acima se concretizaram. Todos
sabemos que Ele ressuscitou, mas poucos temos a coragem de seguir sua
moral superior.
Jesus é o Amor encarnado, concedido por Deus à
humanidade, como seu modelo e guia.
Também encarregado pelo Pai de reger nosso planeta,
o Mestre enviou-nos sempre, mas principalmente após o surgimento do
Espiritismo, os novos profetas, que são os espíritos superiores, com a missão
de relembrar seus ensinos elevados. Desse modo, não podemos alegar nossa
ignorância sobre as verdades espirituais, com a desculpa de que as revelações
dos profetas antigos e de Moisés foram deturpadas pela tradição oral ou não
passam de mitos.
— Não seria, então, melhor, que todos tivéssemos a
mediunidade ostensiva, como a de muitas pessoas que veem e até conversam com os
espíritos, Bruxo?
— Nem todos estão preparados para essa missão,
leitor amigo, mas não nos faltam as mensagens mediúnicas de grande número de
médiuns, em especial as centenas de mensagens psicografadas por Chico Xavier,
Divaldo Pereira Franco, José Raul Teixeira, entre outros expoentes canais
mediúnicos da espiritualidade superior.
O crente inteligente, ao ler qualquer obra de mensagens
evangélicas, seja no centro espírita, na igreja ou no culto do evangelho no lar,
observará a notável “coincidência” de que ali está a orientação para a nossa
correção de rumo, com vistas a uma vida melhor. E é incontestável que cada
mensagem, lida ou ouvida, traz sempre um esclarecimento sobre como lidar com
nossas imperfeições, assim como tratar bem o nosso próximo ou familiar.
Obras como Pão Nosso, Vinha de Luz, Caminho,
Verdade e Vida, Fonte Viva, Agenda Cristã e muitas outras, psicografadas
por Chico Xavier, estão calcadas em comentários de versículos dos evangelhos de
Jesus e sempre são instrumentos da Espiritualidade superior utilizados como
resposta aos nossos conflitos sociais.
Quer exemplos?
1º - Zeca, irmão mais velho de Juca, quebra um vaso
de estimação de sua mãe, que, ao ver o vaso quebrado, lhe pergunta quem
destruiu seu objeto. Com medo de ser repreendido, Zeca responde-lhe ter sido seu
irmão o causador do prejuízo. Juca é severamente repreendido pela mãe, por mais
que negue não ser verdadeira a acusação. À noite, no culto do evangelho no lar,
a mãe pede a Zeca para abrir ao acaso e ler uma página da obra Pão Nosso.
A página aberta é a da primeira mensagem do livro, que traz, abaixo do título
No serviço cristão, o seguinte versículo de Paulo, II Coríntios, 5: 10: “Porque
todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito, estando no corpo, o bem ou o mal”.
Significativa mensagem, não é mesmo, amigo leitor?
Agora se o culpado vai ou não buscar atribuí-la a si é outra questão. O normal
é que se diga: — Essa mensagem serve direitinho para o Juca, que quebrou o vaso
e ainda mentiu dizendo não ter sido ele...
Enquanto isso, Zeca, o verdadeiro culpado fica em
silêncio e finge que não é com ele... Nada, porém, do que fazemos na vida fica sem
suas consequências. Sábio é quem procura viver de acordo com os ensinos morais
elevados; o seu será um céu de brigadeiro.
2º - No trabalho, Farias é informado, por escrito,
sobre a necessidade de avisar um colega de serviço para desligar a luz da sala
do diretor ao término do expediente da sexta-feira. Não avisa, e a sala fica
iluminada durante todo o fim de semana. Na segunda-feira, o diretor pergunta-lhe se deixou de dar o aviso ao
colega e, como este é seu subordinado, Farias responde, na presença deste, que
lhe deu ordens para apagar a luz.
O colega não se defende, mas frequenta o mesmo
centro espírita que Farias, no qual haverá uma reunião de estudos evangélicos,
naquela noite, sob a direção deste, à qual não faltará aquele.
No horário da reunião, Farias abre a página de Caminho,
Verdade e Vida e lê, envergonhado ou não, a mensagem nº 49 – Saber e
fazer: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” — Jesus
(João, 13: 17).
Os exemplos são tantos que não cabem nesta crônica.
Basta-nos continuar lendo, observando e aprendendo, pois o Espiritismo é uma
ciência de observação e de experimentação.
As conclusões sobre as companhias espirituais dos
personagens acima deixo-as a você, amigo leitor. Lembro-lhe, apenas, que o
verdadeiro aprendiz se destaca, sobretudo, como nosso Mestre Jesus Cristo, não
pelo que prega, mas pelo que faz.
Nas mínimas coisas...
Ps: as obras citadas, nos
exemplos acima, foram psicografadas por Chico Xavier, ditadas pelo espírito
Emmanuel e editadas pela Federação Espírita Brasileira.
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