Conclusão da Síntese da Doutrina de Sócrates e Platão: itens XVI - XXI
XVI - Chamo de homem
vicioso ao amante vulgar, que ama o corpo mais que a alma. O amor está por toda
parte na natureza, e convida-nos a exercer a nossa inteligência; nós o encontramos até
mesmo no movimento dos astros. É o amor que adorna a natureza com seus ricos tapetes; ele se enfeita e
fixa sua morada onde encontra flores e perfumes. É também o amor que traz paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sossego à dor.
O amor, que deve unir os homens por
um laço fraternal, é uma consequência dessa teoria de Platão sobre o amor
universal, como lei da natureza. Sócrates, por ter dito que "o amor não é um deus nem um mortal, mas um grande demônio",
ou seja, um grande Espírito que preside ao amor universal; essa afirmação foi-lhe
sobretudo imputada como crime.
XVII - A virtude não pode
ser ensinada; ela vem por dom de Deus aos que a possuem.
É quase a doutrina cristã sobre a
graça; mas se a virtude é um dom de Deus, é um favor, e então pode perguntar-se
por que ela não é concedida a todos; de outro lado, se é um dom, não há mérito
da parte daquele que a possui. O Espiritismo é mais explícito. Ele diz que
aquele que a possui a adquiriu por seus esforços em existências sucessivas, ao
se despojar pouco a pouco das suas imperfeições, A graça é a força que Deus
concede a todo homem de boa vontade para se livrar do mal e fazer o bem.
XVIII - Há uma disposição natural, em todos nós, para percebermos
bem menos os nossos defeitos que os defeitos alheios.
O Evangelho diz: "Você vê a palha no olho do seu vizinho,
e não vê a trava que está no seu" (cap. X, its. 9 e 10).
XIX - Se os médicos
fracassam no trato da maior parte das doenças, é porque tratam o corpo sem tratarem
a alma, e porque, se o todo não se encontra em bom estado, é impossível que a
parte esteja bem.
O Espiritismo oferece a chave das
relações que existem entre a alma e o corpo, e prova que há incessante reação entre
ambos. Ele abre, assim, novo caminho à ciência. Mostrando-lhe a verdadeira
causa de certas doenças, dá-lhe o meio de combatê-las. Quando ela levar em conta
a ação do elemento espiritual na economia orgânica, fracassará menos.
XX - Todos os homens, após
a infância, fazem mais mal do que bem.
Essas palavras de Sócrates tocam à grave questão da predominância do
mal sobre a Terra, questão insolúvel sem o conhecimento da pluralidade dos
mundos e do destino da Terra, onde se encontra apenas uma pequena fração da humanidade.
Só o Espiritismo lhe dá solução, que é desenvolvida logo adiante, nos capítulos
II, III e V.
XXI - Há sabedoria em não supor
saber o que ignora.
Isso aplica-se àqueles que criticam
as coisas de que, frequentemente, desconhecem as primeiras palavras. Platão
completa esse pensamento de Sócrates, ao dizer: "Tentemos primeiro torná-los, se for possível, mais honestos nas
palavras; se não conseguirmos, não nos ocupemos mais deles, e não busquemos senão
a verdade. Tratemos de nos instruir, mas não nos aborreçamos". É
assim que devem agir os espíritas, com relação aos seus contraditores de boa ou
má-fé. Se Platão revivesse hoje, encontraria as coisas mais ou menos como no
seu tempo, e poderia usar a mesma linguagem. Sócrates também encontraria quem
zombasse de sua crença nos Espíritos e o tratasse de louco, assim como ao seu
discípulo Platão.
Foi por haver professado esses
princípios que Sócrates foi primeiro ridicularizado, depois acusado de impiedade
e condenado a beber cicuta. Tanto isso é certo que as grandes verdades novas, ao
levantarem contra si os interesses e os preconceitos que ferem, não se podem estabelecer
sem lutas e sem fazer mártires.
Aviso: na próxima semana, iniciaremos a tradução livre do cap. I dessa obra sem paralelo na literatura espiritual, depois do conteúdo do Antigo e do Novo Testamento. Não estamos sós, os bons Espíritos movimentam-se para suprir nossas deficiências. Um dia, se Deus assim o permitir, concluiremos essa obra, faremos sua revisão e a ofereceremos à nossa amada Federação Espírita Brasileira, se essa for a vontade de Deus, para sua publicação, não em substituição às excelentes traduções dos que nos antecederam, mas como nova opção de estudo em linguagem atual o mais possível fiel à de Allan Kardec.
Aviso: na próxima semana, iniciaremos a tradução livre do cap. I dessa obra sem paralelo na literatura espiritual, depois do conteúdo do Antigo e do Novo Testamento. Não estamos sós, os bons Espíritos movimentam-se para suprir nossas deficiências. Um dia, se Deus assim o permitir, concluiremos essa obra, faremos sua revisão e a ofereceremos à nossa amada Federação Espírita Brasileira, se essa for a vontade de Deus, para sua publicação, não em substituição às excelentes traduções dos que nos antecederam, mas como nova opção de estudo em linguagem atual o mais possível fiel à de Allan Kardec.
Acesse quando puder estes links:
6. Site do Prof. Dr. Alexsandro da UFAM:
Sou um socrático por excelência!!!
ResponderExcluirO Item XXI, por exemplo, costumo divulgá-lo doutrinariamente como:
"Prudente serás não admitindo saber o que não sabes"!
É demais; nosso Chico costumava dizer que Sócrates fora um dos maiores discípulos de Jesus Cristo!!!
No que acredito de Cérebro, Alma e Coração.
FORTE ABRAÇO:
Rosemberg