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terça-feira, 22 de outubro de 2019




Em dia com o Machado 390:
Donde surge o mal? (Jó)


      Dr. Plotino, meu amigo, encaminhou-me texto interessante sobre a etiologia do mal que, embora respaldado por teoria atual, os autores, honestamente, admitem não ter comprovação científica. Eles têm por base as pesquisas de Simon Baron-Cohen, publicadas em Science of Evilt, que sugerem a localização da crueldade humana em certa parte do cérebro. Dependendo da quantidade de ocitocina (ou oxitocinona), hormônio produzido pelo hipotálamo, o livre-arbítrio estaria comprometido em todos nós, pois  a quantidade desse hormônio na hipófise é que determinaria nossa propensão ao mal e não nossa vontade.
   Nessa concepção, a Ocitocina, produzida em baixos níveis, diminui nossa empatia para com as demais pessoas. E a maldade, dizem eles, seria a falta de empatia, ou seja, do uso da emoção adequada para resposta à identificação do que outrem pensa.
    Sem essa capacidade, a pessoa não controlaria o instinto de agressão nem impediria outrem de agredir alguém. Como “prova”, explicam que ao ser administrada, via nasal, dose suplementar de Ocitocina, ocorre um aumento da empatia no paciente. Com isso, ele torna-se mais afável para com as pessoas, em virtude da diminuição de sua ansiedade e do medo de contatos sociais.
   Falta a esses teóricos o conhecimento das propriedades do perispírito. Vejamos o que diz o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, na obra Temas da Vida e da Morte, psicografada por Divaldo Pereira Franco,[1] a respeito da função do perispírito, ou corpo espiritual que intermedeia a alma, Espírito encarnado, ao corpo físico, nas manifestações do pensamento em nossa existência.

Portador de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento nas reencarnações porvindouras.
[...]
Captando o impulso do pensamento e computando a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da conduta atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos destes últimos derivados (MIRANDA, 2018, p. 36).
        
      Em seguida, Miranda fornece-nos uma série de esclarecimentos, que seriam de grande utilidade aos estudiosos atuais do cérebro e psiquismo humano, sem desconsiderar, em parte, “a hereditariedade nos processos da reencarnação”:

Cada Espírito é legatário de si mesmo. Seus atos e sua vida anterior são os plasmadores da sua nova existência corporal, impondo os processos de reabilitação, quando em dívida, ou de felicidade, se em crédito, sob os critérios da Divina Justiça.
Certamente, caracteres físicos, fisionômicos e até alguns comportamentais resultam das heranças genéticas e da convivência em família, jamais os de natureza psicológica que afetam o destino, ou de ordem fisiológica no mapa da evolução.
Saúde e enfermidade, beleza e feiura altura e pequenez, agilidade e retardamento, como outras expressões da vida física, procedem do Espírito que vem recompor e aumentar os valores bem ou mal utilizados nas existências pretéritas
Além desses, os comportamentos e as manifestações mentais, sexuais, emocionais decorrem dos atos perpetrados antes e que a reencarnação traz de volta para a indispensável canalização em favor do progresso de cada ser.
As alienações, os conflitos e traumas, as doenças congênitas, as deformidades físicas e degenerativas, assim como as condições morais, sociais e econômicas, são capítulos dos mecanismos espirituais, nunca heranças familiares, qual se a vida estivesse sob injunções do absurdo e da inconsequência (MIRANDA, op. cit., p 38).
     
      Conclusão: não é o cérebro que determina as ações humanas, sejam para o bem, sejam para o mal. Ele é simplesmente um órgão de manifestação do Espírito imortal, que plasma, desde o nascimento, suas tendências superiores ou inferiores. Estas, entretanto, serão corrigidas, sempre, de acordo com o livre-arbítrio de cada um, cujas consequências, boas ou más, dependerão do ser em harmonia com o bem ou com o mal. Daí resulta, para cada individualidade, a felicidade ou a expiação. Até que estejamos quites com a Lei de Deus, que reside em nossas consciências.[2]
       




[1] MIRANDA, Manoel Philomeno (Espírito). Temas da Vida e da Morte. Psicografia de Divaldo Pereira Franco. Brasília: FEB, 2018. Pensamento e perispírito.
[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4. ed. Brasília: FEB, 2017, questão 621.

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