Em dia com o Machado 390:
Donde surge o mal? (Jó)
Donde surge o mal? (Jó)
Dr. Plotino,
meu amigo, encaminhou-me texto interessante sobre a etiologia do mal que,
embora respaldado por teoria atual, os autores, honestamente, admitem não ter comprovação
científica. Eles têm por base as pesquisas de Simon Baron-Cohen, publicadas em Science
of Evilt, que sugerem a localização da crueldade humana em certa parte do
cérebro. Dependendo da quantidade de ocitocina (ou oxitocinona), hormônio produzido
pelo hipotálamo, o livre-arbítrio estaria comprometido em todos nós, pois a quantidade desse hormônio na hipófise é que
determinaria nossa propensão ao mal e não nossa vontade.
Nessa
concepção, a Ocitocina, produzida em baixos níveis, diminui nossa empatia
para com as demais pessoas. E a maldade, dizem eles, seria a falta de empatia,
ou seja, do uso da emoção adequada para resposta à identificação do que outrem
pensa.
Sem essa capacidade, a
pessoa não controlaria o instinto de agressão nem impediria outrem de agredir
alguém. Como “prova”, explicam que ao ser administrada, via nasal, dose
suplementar de Ocitocina, ocorre um aumento da empatia no paciente. Com
isso, ele torna-se mais afável para com as pessoas, em virtude da diminuição de
sua ansiedade e do medo de contatos sociais.
Falta a esses teóricos
o conhecimento das propriedades do perispírito. Vejamos o que diz o Espírito
Manoel Philomeno de Miranda, na obra Temas da Vida e da Morte,
psicografada por Divaldo Pereira Franco,[1] a
respeito da função do perispírito, ou corpo espiritual que intermedeia a alma, Espírito
encarnado, ao corpo físico, nas manifestações do pensamento em nossa
existência.
Portador de expressiva
capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do Espírito
através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo os
futuros parâmetros de comportamento nas reencarnações porvindouras.
[...]
Captando o impulso do
pensamento e computando a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da
conduta atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os
quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos
destes últimos derivados (MIRANDA, 2018, p. 36).
Em seguida, Miranda fornece-nos
uma série de esclarecimentos, que seriam de grande utilidade aos estudiosos
atuais do cérebro e psiquismo humano, sem desconsiderar, em parte, “a
hereditariedade nos processos da reencarnação”:
Cada Espírito é
legatário de si mesmo. Seus atos e sua vida anterior são os plasmadores da sua
nova existência corporal, impondo os processos de reabilitação, quando em
dívida, ou de felicidade, se em crédito, sob os critérios da Divina Justiça.
Certamente, caracteres
físicos, fisionômicos e até alguns comportamentais resultam das heranças
genéticas e da convivência em família, jamais os de natureza psicológica que
afetam o destino, ou de ordem fisiológica no mapa da evolução.
Saúde e enfermidade,
beleza e feiura altura e pequenez, agilidade e retardamento, como outras
expressões da vida física, procedem do Espírito que vem recompor e aumentar os
valores bem ou mal utilizados nas existências pretéritas
Além desses, os
comportamentos e as manifestações mentais, sexuais, emocionais decorrem dos
atos perpetrados antes e que a reencarnação traz de volta para a indispensável
canalização em favor do progresso de cada ser.
As alienações, os
conflitos e traumas, as doenças congênitas, as deformidades físicas e
degenerativas, assim como as condições morais, sociais e econômicas, são
capítulos dos mecanismos espirituais, nunca heranças familiares, qual se a vida
estivesse sob injunções do absurdo e da inconsequência (MIRANDA, op. cit., p
38).
Conclusão: não é o cérebro que determina
as ações humanas, sejam para o bem, sejam para o mal. Ele é simplesmente um
órgão de manifestação do Espírito imortal, que plasma, desde o nascimento, suas
tendências superiores ou inferiores. Estas, entretanto, serão corrigidas,
sempre, de acordo com o livre-arbítrio de cada um, cujas consequências, boas ou
más, dependerão do ser em harmonia com o bem ou com o mal. Daí resulta, para
cada individualidade, a felicidade ou a expiação. Até que estejamos quites com
a Lei de Deus, que reside em nossas consciências.[2]
[1] MIRANDA,
Manoel Philomeno (Espírito). Temas da Vida e da Morte. Psicografia de
Divaldo Pereira Franco. Brasília: FEB, 2018. Pensamento e perispírito.
[2] KARDEC, Allan.
O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4. ed.
Brasília: FEB, 2017, questão 621.
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