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domingo, 18 de julho de 2021

 O Céu e o Inferno

Estudo realizado por Astolfo Olegário Oliveira Filho. 

Allan Kardec

 

Parte 12

 

Continuamos o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 1ª edição da tradução de João Teixeira de Paula publicada pela Lake.



Eis as questões de hoje:

 

89. Qual é o suicídio mais severamente punido? 

O suicídio mais severamente punido é o que tem por objetivo a fuga às misérias terrenas, misérias que são ao mesmo tempo expiações e provações. Furtar-se a elas é recuar ante a tarefa aceita e, às vezes, ante a missão que se deve cumprir. É preciso entender também que o suicídio não consiste somente no ato voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais. (O Céu e o Inferno, Segunda Parte, cap. V, O pai e o conscrito, pergunta 10, e nota de Kardec.)

90. Que acontece àqueles que se suicidam para unir-se no outro mundo? 

No caso examinado por Kardec, que trata de um duplo suicídio por amor, a pena consistirá em ambos se procurarem em vão e por muito tempo, quer no mundo espiritual, quer noutras encarnações terrestres – pena essa que é agravada pela perspectiva de sua eterna duração. (Obra citada, Segunda Parte, cap. V, Duplo suicídio por amor e por dever, perguntas 1 e 8 e comentários de Kardec.)

91. Como encarar o suicídio oriundo do amor que se frustrou? 

O suicídio oriundo do amor que se frustrou é menos criminoso aos olhos de Deus do que o suicídio de quem procura libertar-se da vida por covardia. No caso examinado nesta obra, é à moça que cabe a maior responsabilidade, por haver entretido em Luís, por brincadeira, um amor que não sentia. Quanto ao moço, punido pelo sofrimento que experimentava, sua pena seria leve, porquanto apenas cedeu a um movimento irrefletido em momento de exaltação, o que difere da fria premeditação dos suicidas que buscam subtrair-se às provações da vida. (Obra citada, Segunda Parte, cap. V, Luís e a pespontadeira de botinas, perguntas 5 e 8.)

92. Para evocar com êxito um Espírito, quais os requisitos indispensáveis? 

As evocações não se fazem assim de momento, porque os Espíritos nem sempre correspondem ao nosso apelo. Para que tenha êxito uma evocação, é preciso que eles queiram vir e também que possam fazê-lo. É preciso, ainda, que encontrem um médium que lhes convenha, com as aptidões especiais necessárias e que esse médium esteja disponível em dado momento. É preciso, enfim, que o meio lhes seja simpático. (Obra citada, Segunda Parte, cap. V, Um ateu, último parágrafo.)

93. Como pode existir materialista se, tendo já passado pelo mundo espiritual por inúmeras vezes, o indivíduo deveria guardar intuição desse fato? 

Segundo Allan Kardec, é precisamente essa intuição que é recusada a alguns Espíritos que, conservando o orgulho, não se arrependeram de suas faltas. Para esses tais, a prova consiste na aquisição, durante a vida corporal e à custa do próprio raciocínio, da prova da existência de Deus e da vida futura, que eles têm, por assim dizer, incessantemente sob os olhos. Muitas vezes, porém, a presunção de nada admitir acima de si os empolga e absorve. Assim, sofrem eles a pena até que, domado o orgulho, se rendem à evidência. (Obra citada - Segunda Parte, cap. V, Um ateu, pergunta 8 e comentário de Kardec.)

94. Como podem os Espíritos evitar-se no mundo espiritual, se ali não existem obstáculos materiais nem refúgios? 

Tudo é, no mundo espiritual, relativo e conforme à natureza fluídica dos seres que o habitam. Só os Espíritos superiores têm percepções indefinidas, que nos Espíritos inferiores são limitadas. Para estes, os obstáculos fluídicos equivalem a obstáculos materiais. Os Espíritos furtam-se às vistas dos semelhantes por efeito volitivo, que atua sobre o envoltório perispiritual e fluidos ambientes. A Providência lhes concede ou nega essa faculdade, conforme as suas disposições morais, o que constitui, de acordo com as circunstâncias, um castigo ou uma recompensa. (Obra citada - Segunda Parte, cap. V, Um ateu, pergunta 19 e comentários de Kardec.)

95. O suicida está submetido a uma fatalidade? Seu ato une ou separa os que se amam? 

Não; nenhuma fatalidade há no suicídio. A pessoa pode estar submetida a um encadeamento de circunstâncias que lhe podem dar, não a necessidade, mas a tentação do suicídio, à qual ela pode perfeitamente resistir. No caso de Feliciano, relatado por Kardec, a situação deveria renovar-se ainda, ou seja, ele teria de enfrentar acontecimentos que lhe sugeririam a ideia do suicídio, e assim aconteceria até que ele tivesse vencido a prova. Como é demonstrado pelo caso da mãe que se matou para encontrar o filho, o suicídio não une, mas sim separa o suicida do alvo de sua pretensão, e essa separação pode perdurar por longo tempo. (Obra citada - Segunda Parte, cap. V, Feliciano e Mãe e filho.)

96. A obsessão pode levar ao suicídio? 

Sim. Quando não tratada convenientemente, a obsessão pode levar o obsidiado ao suicídio, como ocorreu no caso de Antônio Bell. O indivíduo só arrosta com a perseguição dos maus, dos obsessores, enquanto estes não o encontram bastante forte para resistir-lhes. Encontrando resistência, eles o abandonam, convictos da inutilidade dos seus esforços. (Obra citada - Segunda Parte, cap. V, Antônio Bell, pergunta 5 e resposta do Guia do médium.)

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