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domingo, 25 de julho de 2021

 O Céu e o Inferno

 

Allan Kardec

Por Astolfo Olegário Oliveira Filho  

Parte 13

 

Continuamos o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 1ª edição da tradução de João Teixeira de Paula publicada pela Lake.




Eis as questões de hoje:

 

97. O assassino, ao escolher sua existência, sabia antes de reencarnar que nela cometeria um crime?

Não. Ele sabia apenas que, escolhendo uma vida de luta, teria probabilidades de matar um semelhante, ignorando porém se o faria, pois estava quase sempre em luta consigo mesmo. (O Céu e o Inferno – Segunda Parte, cap. VI, Verger, item 18.)

98. Qual a punição reservada aos criminosos?

Depende de cada caso. Respondendo a semelhante questão, o Espírito de Verger disse: “Sou punido porque tenho consciência da minha falta, e para ela peço perdão a Deus; sou punido porque reconheço a minha descrença nesse Deus, sabendo agora que não devemos abreviar os dias de vida de nossos irmãos; sou punido pelo remorso de haver adiado o meu progresso, enveredando por caminho errado, sem ouvir o grito da própria consciência que me dizia não ser pelo assassínio que alcançaria o meu desiderato. Deixei-me dominar pela inveja e pelo orgulho; enganei-me e arrependo-me, pois o homem deve esforçar-se sempre por dominar as más paixões – o que aliás não fiz”. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VI, Verger, perguntas 14 e 15.)

99. Que sente o Espírito de um indivíduo decapitado?

No caso de Lemaire, que foi condenado e decapitado, a primeira sensação foi de vergonha. Imerso em grande perturbação, sentiu uma dor imensa, afigurando-se-lhe ser o coração quem a sofria. Viu rolar não sei quê aos pés do cadafalso; viu o sangue que corria e mais pungente se lhe tornou a sua dor. Na sequência, o primeiro sentimento que experimentou ao penetrar na nova existência foi um sofrimento intolerável, uma espécie de remorso pungente cuja causa então ignorava. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VI, Lemaire.)

100. Um religioso que fracassa é mais culpável do que um indivíduo qualquer?

Sim. Referindo-se ao caso Benoist, o guia espiritual do médium explicou que as atrocidades por ele cometidas não tinham número nem conta, e maior era a sua culpa porque possuía inteligência, instrução e luzes para guiar-se. Tendo falido com conhecimento de causa, mais terríveis lhe seriam os sofrimentos, os quais, não obstante, se suavizariam com o exemplo e o auxílio da prece, de modo a que, confortado pela esperança, pudesse vislumbrar seu termo. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VI, Benoist, perguntas 3 e 23 e mensagem do Guia do médium.)

101. A prece beneficia também os Espíritos votados ao mal?

Sim, mas a prece só aproveita ao Espírito que se arrepende. Para aqueles que, arrebatados de orgulho, se revoltam contra Deus e persistem no erro, exagerando-o mesmo, tal como procedem os infelizes, a prece nada adianta, nem adiantará, senão quando tênue vislumbre de arrependimento começar a germinar-lhes na consciência. A ineficácia da prece também é para eles um castigo. Enfim, ela só alivia os não totalmente endurecidos. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VI, O Espírito de Castelnaudary, pergunta inicial a S. Luís e perguntas 9 e 10 da segunda mensagem.)

102. O tempo corre para os Espíritos como para os homens?

Não. Em alguns casos, como o do Espírito de Castelnaudary, o tempo parecia até mais longo. De modo diverso com o que se dá com os Espíritos que já atingiram elevadíssimo grau de adiantamento, o tempo é, para os inferiores, frequentemente moroso, sobretudo quando sofrem. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VI, O Espírito de Castelnaudary, perguntas 4 e 5.)

103. Existem casas mal-assombradas?

Sim. Os fatos ocorridos em Castelnaudary são uma prova disso. A casa em que houve o crime ficou desabitada por longo tempo. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VI, O Espírito de Castelnaudary, perguntas 1 e 2.)

104. O Espírito de um criminoso pode ficar magneticamente preso a uma casa localizada na Crosta da Terra?

Pode. O Espírito que cometeu o crime em Castelnaudary ficou por longo tempo como que condenado a habitar a casa em que o fato ocorreu, sem poder fixar o pensamento noutra coisa que não no crime, tendo-o sempre ante os olhos e acreditando na eternidade de tal tortura. Ele ali permanecia como no momento do próprio crime, porque qualquer outra recordação lhe foi retirada e interditada toda comunicação com qualquer outro Espírito. Sobre a Terra, só podia permanecer naquela casa, e no Espaço só lhe restavam solidão e trevas. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VI, O Espírito de Castelnaudary, perguntas 1 a 4.)

 

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