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sábado, 16 de outubro de 2021

 


 

16.8.4 Um Espírito Protetor (16.10.2021)

Cracóvia, 1861

 

Ao considerar a brevidade da vida, fico dolorosamente impressionado por sua incessante preocupação com o bem-estar material, mas lamento que vocês dediquem tão pouca importância e consagrem tão pouco ou nenhum tempo a seu aperfeiçoamento moral, que lhes será levado em conta na eternidade. Quando veem as atividades que desenvolvem, vocês creem tratar-se de uma questão da mais alta importância para a humanidade, quando, na verdade, trata-se quase sempre da satisfação das suas necessidades exageradas, de suas vaidades, ou de se entregarem aos excessos.

Quantas dores, preocupações e tormentos vocês passam, quantas noites sem sono, para aumentar uma fortuna frequentemente mais que suficiente! Por cúmulo da cegueira, não é raro ver aqueles que um amor imoderado da fortuna e dos prazeres que ela proporciona, sujeitarem-se a um trabalho penoso, vangloriarem-se de uma vida dita de sacrifício e mérito, como se trabalhassem para os outros e não para si mesmos. Insensatos! Vocês creem, então, realmente que lhes serão levados em conta os cuidados e os esforços que o egoísmo, a cupidez ou o orgulho puseram em ação, enquanto negligenciam seu futuro, assim como os deveres que a solidariedade fraterna, impõe a todos os que desfrutam das vantagens da vida social?

Vocês pensaram apenas nos seus corpos. Seu bem-estar, seus prazeres, foram o objeto exclusivo da sua solicitude egoísta. Por ele que morre, esqueceram o Espírito que viverá para sempre. Assim esse mestre, tão mimado e acariciado, tornou-se seu tirano; comanda seu Espírito, que se fez seu escravo. Seria esse o objetivo da existência que Deus lhe concedeu?

Tradução livre de Jorge Leite de Oliveira

http://lattes.cnpq.br/0494890808150275

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