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sábado, 9 de outubro de 2021

 


16.8.3 Emprego da fortuna

Cheverus

Bordeaux, 1861

 

Vocês não podem servir a Deus e a Mamon. Lembrem-se bem disso, vocês que são dominados pelo amor do ouro, vocês que venderiam sua alma para possuir tesouros, porque isso poderia elevá-los acima das outras pessoas e proporcionar-lhes o gozo das paixões. Não, não se pode servir a Deus e a Mamon! Se, portanto, sentem sua alma dominada pelas cobiças da carne, apressem-se em sacudir o jugo que os esmaga, pois Deus, justo e severo, lhes perguntará: Que fizeram, ecônomos infiéis, dos bens que lhes confiei? Esse poderoso motivo de boas obras vocês o utilizaram somente na sua satisfação pessoal.

Qual é, então, o melhor emprego da riqueza? Procurem nestas palavras: "Amem-se uns aos outros", a solução desse problema. Nelas está o segredo da boa aplicação das riquezas. Quem ama seu próximo tem aí sua linha de conduta toda traçada. O emprego que agrada a Deus é o da caridade. Não essa caridade fria e egoísta, que consiste em distribuir ao redor de si o supérfluo de uma existência dourada, mas a caridade plena de amor, que procura o infeliz e o socorre sem o humilhar.

Rico, dê do seu supérfluo; faça ainda mais; dê um pouco do seu necessário, porque o seu necessário é também supérfluo, mas dê com sabedoria. Não rejeite a queixa, com medo de ser enganado, mas vá à fonte do mal. Ajude primeiro; informe-se depois, para ver se o trabalho, os conselhos, a afeição mesmo, não serão mais eficazes do que sua esmola. Espalhe ao seu redor, com a abastança, o amor de Deus o amor do trabalho, o amor do próximo. Ponha sua riqueza sobre uma base que nunca lhe faltará e que lhe garantirá grandes lucros: as boas obras. A riqueza da inteligência deve servir-lhe como a do ouro. Derrame em torno de si os benefícios da instrução, reparta com seus irmãos os tesouros do amor, e eles frutificarão.

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