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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

 Cantinho da poesia do Jó


O poeta e a esfinge

 

Que me desculpe, Pessoa,
o poeta nunca finge,
tudo que ele representa
tem a cara de esfinge.

O poeta é gente boa,
pois, nos quadros que ele tinge,
todos podem decifrar
as palavras da esfinge.
 
Nunca escreve coisa à toa,
nunca mente, nunca finge.
Tudo que o poeta entoa,
na verdade, é o que ele cinge.
 
Quem não gosta de poema?
Nele, nada se infringe,
ele, em sua sinfonia,
tudo diz, nada restringe.
 
Seja homem ou mulher,
tudo que o poeta impinge
é amor, é com paixão.
Compaixão também o atinge...
 
O poeta sente, sim,
a dor que nunca se finge,
a dor sentida do povo
desde a traqueia à laringe.
 
Quanta mentira se diz
muita cara de esfinge.
E o poeta desmascara
quem na verdade só finge.
 
Jorge Leite de Oliveira (Jó)
Brasília, DF, 28 de outubro de 2021.
 

 



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