EM DIA COM O MACHADO 495:
Nova entrevista com Kardec e Di... (Jó)
Salve, leitores amigos,
Lembram-se de que em minha primeira entrevista com Allan Kardec sobre a
origem do Espiritismo ele prometeu-me novo encontro, com a permissão de Jesus?
Pois bem, tive a felicidade de reencontrá-lo à porta do café da rua Saint-Anne,
em Paris, quando para ali fui transposto em novo devaneio espiritual.
Após nos cumprimentarmos, alegremente, sentamo-nos à mesa e, enquanto o garçom
nos servia novo cafezinho, reiniciei a entrevista.
— Irmão Allan, os Espíritos sempre se manifestam quando o médium deseja
sua presença?
— Isso não é possível, a não ser que nós o queiramos e tenhamos
permissão... "Não se podendo provocar os fatos, é preciso esperar que eles
se apresentem por si mesmos; muitas vezes esses fatos ocorrem por efeito de circunstâncias
em que menos se pensa."
— É verdade. Em meus modestos estudos de algumas décadas, tenho
percebido que fatos incríveis têm ocorrido em minha vida, mas por vezes eles
levam anos para se manifestar.
— É desse jeito mesmo, Jó, que Deus nos permite interagir com os
chamados "vivos", embora a vida plena se manifeste é aqui, onde já me
encontro desde 31 de março de 1869. "Para o observador atento e paciente
[como você], os fatos são abundantes, porque ele descobre milhares de matizes
característicos que, para ele, são raios de luz."
— Por que ocorrem tantas contradições nas mensagens, agora que os
Espíritos se encontram no plano espiritual?
— Irmão Jó, assim como se dá no mundo físico, "sendo os Espíritos
muito diferentes uns dos outros, do ponto de vista dos conhecimentos e da
moralidade, é evidente que a mesma questão pode ser resolvida em sentidos
opostos [...]". Se você fizer a mesma pergunta a um sábio e a um ignorante,
é lógico que as respostas não serão do mesmo nível. "O ponto essencial, já
o dissemos, é saber a quem nos dirigimos."
— E por que, então, por vezes, as respostas de Espíritos considerados
superiores divergem?
— Jó, assim como ocorre com os encarnados, mesmo entre os Espíritos
superiores, o conhecimento varia, mas isso acontece mais na forma do que no conteúdo das mensagens.
Diversas causas podem influenciar nessas diferenças, independente do caráter do
Espírito comunicante: a natureza da pergunta, a capacidade de filtro mediúnico
do médium e das pessoas que registram suas comunicações etc. "É por isso
que dizemos que esses estudos requerem atenção demorada, observação profunda e,
sobretudo, como o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança".
Não se pode adquirir a ciência do infinito em poucos anos...
— É verdade, Kardec, lembro-me de que você disse que, quando desejam, os
Espíritos podem reproduzir fielmente a caligrafia que tinham em vida física,
além de se mostrarem e revelarem fatos que deixam estarrecidos os mais céticos.
Pelas informações que li, isso ocorreu com um sábio que se divertia ridicularizando
o Espiritismo, quando o Espírito de sua mãe manifestou-se claramente a ele e,
após beijá-lo, disse-lhe estas palavras carinhosas:
"Cesare, fio mio".
— Certo, após a materialização do Espírito materno, César Lombroso (Cesare
em italiano) retratou-se de tudo o que assacara contra o Espiritismo. E ainda
fez mais, escreveu a obra Hipnotismo e Mediunidade, na qual narra o
fato. Esse fenômeno reproduziu-se várias vezes, sob a mais rigorosa observação.
A médium de materialização chamava-se Eusápia Paladino. Lombroso explica que
havia pequena diferença formal entre o que o Espírito materno, materializado
por Eusápia, lhe disse e o que a mãe dele dizia, em vida física, quando ela
costumava chamá-lo um pouco diferente: "Cesare, mio fiol". Mas que
importa a forma, se o fundo do pensamento é o que interessa para os Espíritos,
como eu já informei na introdução d'O Livro dos Espíritos? (it. 13).
Em virtude do adiantado da hora, despedi-me de Kardec, que prometeu
retornar oportunamente, com a permissão do Espírito de Verdade, representante
do Cristo, para a continuação de nossa entrevista.
Passo agora a relatar aos leitores amigos o sonho que tive na última
noite (31 de outubro), com Divaldo Franco (Di).
Ele estava sentado em frente a uma mesa e respondia perguntas de
diversas pessoas, entre as quais estava eu. Em dado momento, Di levantou-se,
pegou um livro que já fora revisado por mim e que ele psicografara e passou a
caminhar comigo, folheando a obra. Rapidamente, o que nem era preciso, pois ele
já sabia disso, expliquei-lhe sobre minha atividade de revisor voluntário de
algumas obras publicadas pela Federação Espírita Brasileira (FEB).
Foi então que Di perguntou-me se eu iria revisar a próxima edição daquele
livro psicografado por ele.
Emocionado, peguei a obra e vi que o excelente trabalho precisava apenas
de alguns ajustes formais e na diagramação dos textos. Coisa de copidesque...
Di agradeceu-me pelo trabalho e, após abraçar-me, despediu-se de mim com
um beijo na face.
Então, meus amigos, o conhecimento das verdades do Espírito não é uma
bênção em nossas vidas? Só é preciso discernimento, observação, estudo e,
sobretudo, prática do bem, nos limites de nossas forças. De resto, é só
felicidade e liberdade com responsabilidade.
Até breve, Kardec, Di e leitores amigos!
∞
Aviso: Entrevista fictícia, baseada nos itens 12 e 13 da introdução d'O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec e Hipnotismo e Mediunidade, de César Lombroso, edições FEB. Sonho real.
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