EM
DIA COM O MACHADO 498
AVE,
CRISTO! (Jó)
Ao norte de Israel, na região da Galileia, numa linda primavera, ele subiu a um monte e começou a pregar:
—
Aventurados os pobres
que
vivem sem ambições,
por
já terem aprendido
que
só se vive feliz
fazendo
boas ações.
Benditos
são os humildes,
por
já terem percebido
que
toda alma orgulhosa,
caniço
pensante da Terra,
ficará
só e chorosa.
Felizes
estão os justos,
porém
não os justiceiros;
aqueles
terão justiça,
e
estes, nem travesseiro
pra
pôr a cabeça em paz.
Aventurados
os puros,
quem
no mal não se compraz,
pois
os puros herdarão
os
reinos celestiais,
e
os maus perderão a paz.
Quando
ele terminou de falar, as mães se ajoelharam com seus filhinhos no colo,
louvaram a Deus e agradeceram àquele jovem por tão consoladoras palavras. Os
moços e anciãos, filhos e pais, filhas e mães choraram comovidos, e um deles, dentre os mais idosos,
perguntou-lhe:
—
Senhor, que devemos fazer para alcançar as
bênçãos dos reinos celestiais?
Ele
olhou para o alto e respondeu-lhe com estas duas palavras: — Ama e perdoa.
Em
seguida, saiu de Nazaré a demonstrar como se deve semear essas virtudes, deambulando
por toda a Galileia, além de Jerusalém: Cafarnaum, Corazim, Betsaida, Cesareia...
Por onde passava, curava leprosos, restituía visão a cegos, fazia andar
paralíticos e "ressuscitava" mortos do corpo e da alma.
Com
ele, seguiam doze apóstolos e multidões... Como sói acontecer com os virtuosos,
ele sofria ameaças diversas de mercadores do templo, fariseus, sacerdotes e escribas
orgulhosos. Não aceitavam que ele produzisse tantos prodígios sem nada cobrar
e, despeitados, ameaçavam matá-lo.
Um
dia, ele olhou para o templo de Jerusalém e disse-lhes:
—
Destruam este templo
e, em três dias, eu o reconstruirei.
Todos
riram de Jesus de Nazaré, pois não perceberam que ele se referia ao templo do
seu corpo.
Dias
depois, inventaram diversas calúnias sobre ele e o crucificaram entre dois
ladrões. No terceiro dia, porém, de seu assassinato infame, quando dois guardas
vigiavam sua sepultura, ouviram um estrondo e viram a pedra que selava o túmulo
toda quebrada. Então, saindo do túmulo, o Cristo lhes apareceu em toda a sua
glória, e os guardas caíram como mortos ao solo.
A
partir de então, novos discípulos do Senhor também passaram a pregar seus
ensinamentos evangélicos e realizar curas
por toda a parte. E, onde chegavam, eram saudados com estas palavras: Ave,
Cristo!
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