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domingo, 14 de novembro de 2021

 


17 SEDE PERFEITOS


        Os seguintes temas serão abordados neste capítulo: características da perfeição; o homem de bem; os bons espíritas; parábola do semeador; instruções dos Espíritos: o dever; a virtude; os superiores e os inferiores; o homem do mundo; e cuidar do corpo e do espírito.


17.1 Características da perfeição

 

         Amem seus inimigos, façam bem aos que os odeiam e orem pelos que os perseguem e caluniam; porque se vocês não amam senão os que os amam, que recompensa terão disso? Os publicanos não fazem também assim? E se vocês saudarem somente os seus irmãos, que fazem nisso mais que os outros? Os gentios não fazem também assim? Sejam então vocês perfeitos, como seu Pai celestial é perfeito (Mateus, 5:44, 46- 48).

 

         Visto que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta máxima: "Sejam perfeitos, como seu Pai celestial é perfeito", interpretada literalmente, pressuporia a possibilidade de atingirmos perfeição absoluta. Se fosse dado à criatura ser tão perfeita quanto seu Criador, ela se tornaria igual a ele, o que é inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus se dirigia não teriam compreendido essa sutileza. Ele se limita, portanto, a lhes apresentar um modelo e lhes diz para se esforçarem em alcançá-lo.

         Devemos portanto entender por essas palavras a perfeição relativa, a de que a humanidade é suscetível e que mais pode aproximá-la da Divindade. Em que consiste essa perfeição? Jesus o diz: “Amem seus inimigos, façam bem aos que lhes têm ódio, e orem pelos que os perseguem”. Ele mostra, assim, que a essência da perfeição é a caridade, no seu mais amplo significado, porque ela implica a prática de todas as outras virtudes.

         Com efeito, se observarmos o resultado de todos os vícios mesmo dos simples defeitos, reconheceremos que não há nenhum que não altere mais ou menos o sentimento de caridade, porque todos se originam do egoísmo e do orgulho, que são a sua negação. Porque tudo o que excita exageradamente o sentimento da personalidade destrói ou pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, o sacrifício e o devotamento.

         O amor ao próximo, estendido até o amor aos inimigos, não podendo aliar-se com nenhum defeito contrário à caridade, é sempre, por isso mesmo, o indício de uma maior ou menor superioridade moral. Disso resulta que o grau de perfeição está na razão da extensão desse amor. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no que ela tem de mais sublime, lhes disse: "Sejam perfeitos, como seu Pai celestial é perfeito".

 

Tradução livre de Jorge Leite de Oliveira 
http://lattes.cnpq.br/0494890808150275

Aviso: a partir desta data, as postagens do evangelho serão feitas aos domingos e às quintas-feiras, salvo motivo impeditivo de força maior.

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