EM DIA COM O
MACHADO 519:
ATÉ QUE APRENDAMOS
COM O CRISTO... (Jó)
Bom dia, amigo leitor.
Proponho-lhe que reflitamos um
pouquinho sobre a ignorância do ser humano e o porquê de Jesus haver dito ser
necessário abandonar a própria família, se preciso fosse, para ser digno dele.
Não é fácil abandonarmos nossos hábitos ainda grandemente influenciados por
nossa origem orgânica material.
Calcula-se em 7,5 bilhões o número
de pessoas existentes atualmente no mundo físico. Sabe-se também que no mundo
espiritual, segundo estimativas espíritas, há cerca de três vezes mais
espíritos aguardando nova reencarnação. A ascensão é árdua, como diz o Espírito
Victor Hugo em obra psicografada pelo médium Divaldo Franco, cujo título é
exatamente este: Árdua Ascensão. Desta soma de encarnados com
desencarnados, ou seja, 30 bilhões de almas, somente as vinculadas ao planeta
azul chamado Terra, estimo que apenas 3 milhões já estarão livres da
reencarnação, o que dá um percentual de 0,01% de Espíritos purificados em
relação ao número total de almas interexistentes. Daí a "tremenda
ignorância" dos 29.997.000.000 de seres existentes nos dois planos de vida:
física e espiritual, de acordo com minha estimativa.[1]
Isso explica o porquê de serem tão
poucos os espíritos completistas no corpo físico, como um Chico Xavier,
um Mahatma Gandhi, um Francisco de Assis, uma Isabel de Aragão, uma Teresa
d´Ávila e outras poucas almas. Daí concluo que enquanto o ser humano não se
saciar dos seus instintos animais ele necessitará nascer e renascer para
progredir espiritualmente. Quem é que está em condição de deixar família para
dedicar-se, sem necessariamente tornar-se asceta, às coisas espirituais? Os
poucos que se atrevem a isso são ridicularizados, chamados de loucos e até de imbecis.
Já conheci pessoas que se dizem
espíritas e que só faltaram pedir-me para fazer como elas: fingem que acreditam
na revelação que Jesus nos traz, por meio do Espiritismo cristão, e buscam
destacar-se, hipocritamente, no meio social, pleno de fingimentos, como vemos
na política, que Allan Kardec nos pediu para não incluir na Doutrina Espirita.
Também conheci, ainda no tempo em que vesti a farda, um colega que se tornou
pastor e trabalhava com a Bíblia sobre sua mesa, mas que continuava
prejudicando outras pessoas. Não cabe aqui dizer o que ele fez, mas seu
comportamento inadequado, em prejuízo dos demais colegas de farda, levou seus
superiores a afastá-lo da função e transferi-lo para uma unidade isolada.
Pessoas de todas as crenças, em
especial muitas que são tidas como líderes, não nos servem de modelo, que só o
é Jesus Cristo, como lemos na questão 625 d'O Livro dos Espíritos,
primeiro da monumental obra de Allan Kardec, inspirada pelo Espírito de
Verdade, manifestação do próprio Jesus Cristo. Entretanto, entre os seguidores
dessa ou daquela ideologia, dessa ou daquela religião, há os que se consideram
donos da verdade e proíbem, em suas famílias, a manifestação dos membros que
não comungam de suas ideias.
Foi por isso que Jesus, pela voz do
Espírito de Verdade, n'O Evangelho Segundo o Espiritismo, aconselhou-nos:
"Espíritas, amai-vos, este é o
primeiro mandamento. Instruí-vos, este é o segundo." Quem ama respeita os
que não agem ou não pensam como ele, embora não seja conivente com o que não
considera certo, mas jamais impõe seu modo de agir ou suas ideias a ninguém,
sabedor que é de que todos precisamos desfrutar de nossas experiências e
consequências, tanto no acerto quanto no erro.
Deus não tem pressa, pois nos criou
para o aperfeiçoamento eterno, mas quanto mais alimentarmos o egoísmo e
trabalharmos contra o progresso alheio, na inútil tentativa de atrasar o
progresso humano, mais tardará nosso crescimento espiritual e mais demorado
será nosso acesso ao diminuto grupo de Espíritos moralmente elevados: um em
cada 10 mil da soma dos seres humanos encarnados e desencarnados ligados ao
nosso planeta.
Enquanto vivermos egoisticamente,
sem respeitar os conhecimentos e mesmo os limites do nosso próximo, enquanto
não duvidarmos de tudo o que aprendemos, até termos a certeza de que estamos no
caminho que nos conduz à verdade, e enquanto não colocarmos a compaixão, irmã
da piedade, e ambas filhas do amor em nossas vidas, viveremos pela satisfação
da ambição e do poder, mas muito longe da erradicação do mal que trazemos das
nossas experiências animais.
Antes, o domínio era da força, agora
o é da astúcia. Deus, porém, não tem pressa, pois até as estrelas têm seu fim,
mas a alma é imortal e fadada à perfeição ao longo dos evos. Cabe a cada um de
nós vestir a capa da humildade e acompanhar as almas elevadas, que se unem ao
Cristo em direção à Inteligência Suprema, causa primeira de tudo o que existe,
porém nosso Pai, que nos ama sempre e espera, pacientemente, por nós, como nos
ensinou Jesus.
[1]
Tomei por base de minhas estimativas as informações lidas na obra Roteiro,
do Espírito Emmanuel, psicografada por Chico Xavier. Para mais esclarecimentos,
leia este belo livro e O livro dos Espíritos, tópicos: Escala espírita,
Progressão dos Espíritos e o cap. 4, Pluralidade das existências: Reencarnação,
item 100 a 127 e 166 a 170, de Allan
Kardec.
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