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sábado, 16 de abril de 2022

 

SEMPRE AMOR


 

Torno, ansioso, da morte à casa que deixara...

Os meus, o lar, o amor... eis tudo o que ambiciono.

Entro. Lá fora, o parque, a tristeza, o abandono...

Mormaço, plenilúnio, o vento, a noite clara...

 

Debalde grito, corro, observo, inspeciono...

Subo. Um morcego ronda a pequena almenara...

Nada. Ninguém me espera. A vida desertara.

Tudo silêncio e pó de tapera sem dono...

 

Sofro desilusão que o mundo não descreve,

Mas alguém abre a porta e me chama, de leve...

Fito pobre mulher... Na face, o olhar sem brilho...

 

Conheço-a!... Minha mãe!... Quanta saudade, quanta!...

Vem lembrar-me a rezar... Beijo-lhe as mãos de santa!...

Ela chora e repete: — Ah! meu filho! meu filho!...

 

 

Jorge Matos (Espírito). In: Poetas Redivivos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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