AFETOS RELEMBRADOS
Alma querida, escuta:
Depois de compromissos
assumidos,
De coração atônito,
avistaste
Formosas afeições de
tempos idos...
Não sabes definir o
sentimento
Que te parece fome, em
que lutas e esperas,
Ansiando reaver
cuidados incessantes,
Contatos e alegrias de
outras eras.
Eis que a reencarnação,
vedando-te as lembranças,
Não te deixa extrair da
névoa transitória
Nomes e posições,
impulsos e ocorrências
Que a vida te guardou
no escrínio da memória...
Mas a lei da atração te
fala sem barulho,
Na força do reencontro
inesperado,
Sobre a nova expressão
em que se te apresentam
As ligações que volvem
do passado.
Alma presa ao dever em
que te ajustas,
Bastas vezes te vês em
pranto ardente;
Queres reter, de novo,
os laços prediletos
De que vives ausente.
Entretanto, alma boa,
louva sempre
A prova que te envolve
o próprio “eu”...
Firam-te estranhas
dores, permanece
No trabalho que o Céu
te concedeu.
Ama, abençoa, ampara,
esclarece, aprimora...
Essas almas queridas
São flores que
plantaste noutro tempo,
Entre sombras e luzes
de outras vidas.
Não lhes negues carinho
e reconforto,
Mas não te faças
coração em chama,
Ensina-lhes o amor em
sacrifício
Com que o Cristo nos
ama.
Cumpre as obrigações em
que Deus te resguarda,
Sem de leve
rompê-las...
E, um dia, encontrarás
o amor de teus sonhos mais altos,
No País das Estrelas.
DOLORES, Maria. A
vida conta. Psicografia de F. C. Xavier. 1980.
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