25.3 Não se preocupem com
a posse do ouro
Não se preocupem em ter ouro ou prata, nem levem dinheiro
nos seus bolsos. Não preparem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem
calçado, nem bordão, porque digno é o trabalhador do seu alimento.
Em qualquer cidade ou aldeia que entrarem, informem-se de
quem há nela digno de os hospedar, e fiquem ali, até que vocês se retirem. E ao
entrarem na casa, saúdem-na, dizendo: Paz seja nesta casa. Se aquela casa for
digna, sua paz virá sobre ela; e se ela não for digna, sua paz voltará para vocês.
Quando alguém não os quiser receber, nem escutar suas
palavras, sacudam o pó de seus pés ao sair dessa casa, ou dessa cidade.
Eu lhes digo, em verdade, que no dia do julgamento, Sodoma e Gomorra
serão tratadas menos rigorosamente do que aquela cidade (Mateus, 10:9 a 15).
Essas palavras, que Jesus dirigiu a seus apóstolos, ao
enviá-los para anunciar a Boa Nova pela primeira vez, nada tinham de estranho
naquela época. Elas estavam de acordo com os costumes patriarcais do Oriente,
onde o viajor era sempre bem recebido na tenda. Mas então os viajantes eram raros.
Entre os povos modernos, o aumento das viagens criaria novos hábitos. Agora só encontramos costumes
dos tempos antigos em países longuíssimos, nos quais o grande movimento ainda
não penetrou. Se Jesus voltasse hoje, Ele não poderia mais dizer aos seus
apóstolos: “Ponham-se a caminho sem provisões”.
Ao lado do sentido próprio, essas palavras encerram um
sentido moral muito profundo. Jesus ensinava, assim, aos seus discípulos confiarem
na Providência, pois eles nada tendo, não podiam tentar a cupidez dos que os
recebiam. Era um meio de distinguirem os caridosos dos egoístas. E foi por isso que lhes disse: "Informem-se de quem
é digno de os receber", ou seja, de quem é bastante humano para abrigar
o viajante que não tem com que pagar, porquanto esses são dignos de ouvir suas
palavras, e é pela sua caridade que vocês os reconhecerão.
Quanto àqueles que nem sequer os quisessem receber, nem
ouvir, recomendou ele aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se impusessem a
eles e usassem de violência, para os constranger a se converterem? Não, mandou
pura simplesmente que procurassem noutros lugares gente de boa vontade.
Do mesmo modo, o Espiritismo diz hoje aos seus adeptos:
Não violentem consciência nenhuma; não constranjam ninguém a deixar sua crença
para adotar a sua; não lancem anátema sobre os que não pensam como vocês. Acolham
os que os procurarem e deixem em paz os que os repelem. Lembrem-se destas
palavras do Cristo: “Antigamente o Céu era tomado por violência, hoje é
conquistado pela doçura” (cap. 4, nºs 10 e 11).
Nenhum comentário:
Postar um comentário