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domingo, 16 de outubro de 2022

 


25.3 Não se preocupem com a posse do ouro

 

         Não se preocupem em ter ouro ou prata, nem levem dinheiro nos seus bolsos. Não preparem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem calçado, nem bordão, porque digno é o trabalhador do seu alimento.

         Em qualquer cidade ou aldeia que entrarem, informem-se de quem há nela digno de os hospedar, e fiquem ali, até que vocês se retirem. E ao entrarem na casa, saúdem-na, dizendo: Paz seja nesta casa. Se aquela casa for digna, sua paz virá sobre ela; e se ela não for digna, sua paz voltará para vocês.

         Quando alguém não os quiser receber, nem escutar suas palavras, sacudam o pó de seus pés ao sair dessa casa, ou dessa cidade. Eu lhes digo, em  verdade, que no dia do julgamento, Sodoma e Gomorra serão tratadas menos rigorosamente do que aquela cidade (Mateus, 10:9 a 15).

         Essas palavras, que Jesus dirigiu a seus apóstolos, ao enviá-los para anunciar a Boa Nova pela primeira vez, nada tinham de estranho naquela época. Elas estavam de acordo com os costumes patriarcais do Oriente, onde o viajor era sempre bem recebido na tenda. Mas então os viajantes eram raros. Entre os povos modernos, o aumento das viagens  criaria novos hábitos. Agora só encontramos costumes dos tempos antigos em países longuíssimos, nos quais o grande movimento ainda não penetrou. Se Jesus voltasse hoje, Ele não poderia mais dizer aos seus apóstolos: “Ponham-se a caminho sem provisões”.

         Ao lado do sentido próprio, essas palavras encerram um sentido moral muito profundo. Jesus ensinava, assim, aos seus discípulos confiarem na Providência, pois eles nada tendo, não podiam tentar a cupidez dos que os recebiam. Era um meio de distinguirem os caridosos dos egoístas. E foi por isso que lhes disse: "Informem-se de quem é digno de os receber", ou seja, de quem é bastante humano para abrigar o viajante que não tem com que pagar, porquanto esses são dignos de ouvir suas palavras, e é pela sua caridade que vocês os reconhecerão.

         Quanto àqueles que nem sequer os quisessem receber, nem ouvir, recomendou ele aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se impusessem a eles e usassem de violência, para os constranger a se converterem? Não, mandou pura simplesmente que procurassem noutros lugares gente de boa vontade.

         Do mesmo modo, o Espiritismo diz hoje aos seus adeptos: Não violentem consciência nenhuma; não constranjam ninguém a deixar sua crença para adotar a sua; não lancem anátema sobre os que não pensam como vocês. Acolham os que os procurarem e deixem em paz os que os repelem. Lembrem-se destas palavras do Cristo: “Antigamente o Céu era tomado por violência, hoje é conquistado pela doçura” (cap. 4, nºs 10 e 11).


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