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terça-feira, 11 de julho de 2023

 


PEREGRINAÇÃO
 
Sofres, alma querida, os contratempos
 Do dever a cumprir... O anseio, a prova,
 O medo, a incompreensão, a insegurança...
 E isolas-te no lar, cuja paz te renova.
 
 Quando a tristeza te procure a vida,
 Não te acomodes sob o desalento...
 Ouve os irmãos do mundo que te buscam,
 Marcados de fadiga e sofrimento.
 
 Venho de minha ronda costumeira...
 Numa choça de latas e bagaços,
 Vi pobre mãe, a sós, ninando em pranto
 Um filho morto nos seus próprios braços.
 
 Num telheiro a cair, encontrei um velhinho...
 Ele viu-me e falou em voz sumida e mansa:
 “— Moça, eu estou morrendo a pedir quem me faça
 Uma prece de paz e de esperança...”
 
 Mais adiante, achei um hanseniano amigo
 Que, em me vendo, clamou: “Minha irmã, por quem és,
 Dá-me água, por Deus! Já não mais me equilibro!...
 Quero buscar o poço e caíram-me os pés...”
 
 Logo após, descobri triste mulher enferma,
 Erguendo, quase morta, a seguinte oração:
 “— Meu Deus, além do amparo que me envias,
 Se possível, Senhor, dá-me a bênção de um pão...”
 
 Por isso, coração, não te dês à amargura!
 Esquece-te a servir, sem perguntar a quem...
 O Cristo que buscamos nos espera,
 Entre leiras de amor, na plantação do Bem.
 
DOLORES, Maria (Espírito). Dádivas de amor. Psicografado por Chico Xavier. 1. ed. Brasília: FEB: São Paulo, SP: IDEAL, 2022.

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