PEREGRINAÇÃO
Sofres, alma querida, os
contratempos
Do dever a cumprir... O anseio, a prova,
O medo, a incompreensão, a insegurança...
E isolas-te no lar, cuja paz te renova.
Quando a tristeza te procure a vida,
Não te acomodes sob o desalento...
Ouve os irmãos do mundo que te buscam,
Marcados de fadiga e sofrimento.
Venho de minha ronda costumeira...
Numa choça de latas e bagaços,
Vi pobre mãe, a sós, ninando em pranto
Um filho morto nos seus próprios braços.
Num telheiro a cair, encontrei um velhinho...
Ele viu-me e falou em voz sumida e mansa:
“— Moça, eu estou morrendo a pedir quem me faça
Uma prece de paz e de esperança...”
Mais adiante, achei um hanseniano amigo
Que, em me vendo, clamou: “Minha irmã, por quem és,
Dá-me água, por Deus! Já não mais me equilibro!...
Quero buscar o poço e caíram-me os pés...”
Logo após, descobri triste mulher enferma,
Erguendo, quase morta, a seguinte oração:
“— Meu Deus, além do amparo que me envias,
Se possível, Senhor, dá-me a bênção de um pão...”
Por isso, coração, não te dês à amargura!
Esquece-te a servir, sem perguntar a quem...
O Cristo que buscamos nos espera,
Entre leiras de amor, na plantação do Bem.
DOLORES, Maria (Espírito). Dádivas
de amor. Psicografado por Chico
Xavier. 1. ed. Brasília: FEB: São Paulo, SP: IDEAL, 2022.
Do dever a cumprir... O anseio, a prova,
O medo, a incompreensão, a insegurança...
E isolas-te no lar, cuja paz te renova.
Quando a tristeza te procure a vida,
Não te acomodes sob o desalento...
Ouve os irmãos do mundo que te buscam,
Marcados de fadiga e sofrimento.
Venho de minha ronda costumeira...
Numa choça de latas e bagaços,
Vi pobre mãe, a sós, ninando em pranto
Um filho morto nos seus próprios braços.
Num telheiro a cair, encontrei um velhinho...
Ele viu-me e falou em voz sumida e mansa:
“— Moça, eu estou morrendo a pedir quem me faça
Uma prece de paz e de esperança...”
Mais adiante, achei um hanseniano amigo
Que, em me vendo, clamou: “Minha irmã, por quem és,
Dá-me água, por Deus! Já não mais me equilibro!...
Quero buscar o poço e caíram-me os pés...”
Logo após, descobri triste mulher enferma,
Erguendo, quase morta, a seguinte oração:
“— Meu Deus, além do amparo que me envias,
Se possível, Senhor, dá-me a bênção de um pão...”
Por isso, coração, não te dês à amargura!
Esquece-te a servir, sem perguntar a quem...
O Cristo que buscamos nos espera,
Entre leiras de amor, na plantação do Bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário