EM DIA COM O MACHADO 586:
A arte e a evolução (Irmão Jó)
O grande jurista Rui Barbosa ao
observar, em sua época, que as leis brasileiras eram interpretadas conforme os
interesses políticos escusos, escreveu com indignação: “De tanto ver triunfar
as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser
honesto”.
Alma amiga, parodiando Rui Barbosa, eu
diria: De tanto ver triunfar a iniquidade de alguns, de tanto ver crescer a maldade de outros,
de tanto ver prosperar a mediocridade nas artes, precisamos restaurar, com
urgência o culto ao belo e à sublimidade poética. Por esse motivo, escrevi o
poema abaixo, que compartilho com você:
Arte
e evolução
A
arte é o culto ao belo,
a
forma
também
do conteúdo
faz
parte.
Fazer
das excrescências
da
mente
suposta
obra d’arte
é
crer
Então
que, no improviso,
o
esforço
de
todo o nosso estudo
é
vão.
Confesso
que não vejo
no
feio
sem
estética ser
progresso.
Um
tolo sem estudo
é
mudo
quando
expressa besteira
e
besta
Não
fala, nunca pensa,
relincha
e
fica por preguiça
no
chão.
A
alma evoluída
excede
qualquer
limitação
e
é bela!
Porém
jamais será
medíocre,
pois
crê na evolução
também.
A
arte transcendente
é
assim:
requer
trabalho e luta
em
parte
E
parte é inspiração
de
quem
já
se esforça no bem
com
arte.
Autor:
Irmão Jó.
Ouvi de um professor de literatura, há
alguns anos: “A salvação está na literatura”. Também perguntado a outra
professora sobre qual área em que se enquadra a literatura espírita, ela
respondeu: “Na literatura brasileira”.
Sábias respostas. A literatura espírita,
com milhares de poemas psicografados por Chico Xavier e outros médiuns, além de
crônicas, romances etc., restaura o conceito do belo, do sublime e do útil no
texto literário. Se vamos praticar seus elevados ensinamentos, isso cabe a nós
mesmos decidir.
Só não nos podemos esquecer do alerta de
Jesus, que Lucas registrou no capítulo 12, versículo 2, de seu evangelho: “Nada
há de encoberto que não venha a ser revelado, nem de oculto que não venha a ser
conhecido”.
O que considero certo é que a verdadeira
arte, como culto ao belo e ao divino, deve estar sempre a serviço da evolução.
Sem isso, não cumpre bem seu papel e, consequentemente, não sobrevive.
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