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sábado, 29 de julho de 2023

 
EM DIA COM O MACHADO 586:
A arte e a evolução (Irmão Jó)


 
        O grande jurista Rui Barbosa ao observar, em sua época, que as leis brasileiras eram interpretadas conforme os interesses políticos escusos, escreveu com indignação: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
    Alma amiga, parodiando Rui Barbosa, eu diria: De tanto ver triunfar a iniquidade de alguns, de tanto ver crescer a maldade de outros, de tanto ver prosperar a mediocridade nas artes, precisamos restaurar, com urgência o culto ao belo e à sublimidade poética. Por esse motivo, escrevi o poema abaixo, que compartilho com você:
 
Arte e evolução
 
A arte é o culto ao belo,
a forma
também do conteúdo
faz parte.
 
Fazer das excrescências
da mente
suposta obra d’arte
é crer
 
Então que, no improviso,
o esforço
de todo o nosso estudo
é vão.
 
Confesso que não vejo
no feio
sem estética ser
progresso.
 
Um tolo sem estudo
é mudo
quando expressa besteira
e besta
 
Não fala, nunca pensa,
relincha
e fica por preguiça
no chão.
 
A alma evoluída
excede
qualquer limitação
e é bela!
 
Porém jamais será
medíocre,
pois crê na evolução
também.
 
A arte transcendente
é assim:
requer trabalho e luta
em parte
 
 
E parte é inspiração
de quem
já se esforça no bem
com arte.
 
Autor: Irmão Jó.
 
        Ouvi de um professor de literatura, há alguns anos: “A salvação está na literatura”. Também perguntado a outra professora sobre qual área em que se enquadra a literatura espírita, ela respondeu: “Na literatura brasileira”.
        Sábias respostas. A literatura espírita, com milhares de poemas psicografados por Chico Xavier e outros médiuns, além de crônicas, romances etc., restaura o conceito do belo, do sublime e do útil no texto literário. Se vamos praticar seus elevados ensinamentos, isso cabe a nós mesmos decidir.
        Só não nos podemos esquecer do alerta de Jesus, que Lucas registrou no capítulo 12, versículo 2, de seu evangelho: “Nada há de encoberto que não venha a ser revelado, nem de oculto que não venha a ser conhecido”.
        O que considero certo é que a verdadeira arte, como culto ao belo e ao divino, deve estar sempre a serviço da evolução. Sem isso, não cumpre bem seu papel e, consequentemente, não sobrevive.

 


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