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segunda-feira, 13 de maio de 2019




3 HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI


Diferentes estados da alma na erraticidade. Diferentes categorias de mundos habitados.
Destinação da Terra. Causa das misérias terrestres. Instruções dos Espíritos: mundos superiores e mundos inferiores; mundos de expiações e de provas; mundos regeneradores; progressão dos mundos

Não se turbem seus corações. Creiam em Deus: creiam também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai. Se assim não fosse, eu lhes teria dito; pois vou preparar-lhes o lugar. E depois que me for e lhes preparar o lugar, virei outra vez e os tomarei para mim, para que lá onde estiver, vocês também estejam (João, 14: 1-3).

3.1 Diferentes estados da alma na erraticidade

A casa do Pai é o universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos que neles encarnam moradias apropriadas ao seu adiantamento.
Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem também ser entendidas como o estado feliz ou infeliz do Espírito na erraticidade. Conforme esteja ele mais ou menos depurado e livre dos grilhões materiais, o meio em que esteja, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que possui variam ao infinito. Enquanto alguns não podem afastar-se da esfera em que viveram, outros se elevam e percorrem os espaços e os mundos. Enquanto alguns Espíritos culpados vagam nas trevas, os felizes gozam de uma claridade resplandecente e do sublime espetáculo do infinito. Enquanto, enfim, o malvado, esmagado pelos remorsos e arrependimentos, frequentemente só, sem consolações, separado dos objetos da sua afeição, geme sob a opressão dos sofrimentos morais, o justo, junto aos que ama, goza de uma felicidade indescritível. Essas também são outras muitas moradas, embora não circunscritas nem localizadas.

3.2 Diferentes categorias de mundos habitados

Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que os diversos mundos possuem condições muito diferentes uns dos outros, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles, há os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente. Outros estão no mesmo grau, e outros lhe são mais ou menos superiores, em todos os sentidos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material, as paixões reinam soberanas, a vida moral é quase nula. À medida que esta se desenvolve, a influência da matéria diminui, de tal modo que, nos mundos mais avançados, a vida é, por assim dizer toda espiritual.
Nos mundos intermediários, o bem e o mal se misturam, e um predomina sobre o outro, segundo o grau de adiantamento em que se encontrarem. Embora não se possa fazer uma classificação absoluta dos diversos mundos, pode-se, pelo menos, em virtude do estado em que se acham e da destinação  que trazem, tomando por base seus aspectos mais destacados, dividi-los assim, de um modo geral: mundos primitivos, onde se verificam as primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e de provas, em que o mal predomina; mundos regeneradores, onde as almas que ainda têm o que expiar adquirem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos felizes, onde o bem supera o mal; mundos celestes ou divinos, morada dos Espíritos depurados, no qual reina exclusivamente o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiações e de provas, e é por isso que nela o homem está exposto a tantas misérias.
Os Espíritos encarnados num mundo não estão ligados a ele indefinidamente, e não passam nesse mundo por todas as fases do progresso que devem realizar, para chegar à perfeição. Quando atingem, num mundo, o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mundo mais adiantado, e assim sucessivamente, até chegarem ao estado de Espíritos puros. São outras tantas estações em que eles encontram os elementos de progresso proporcionais ao seu adiantamento. Para os Espíritos, é uma recompensa passarem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo prolongarem sua permanência num mundo infeliz, ou serem relegados a um mundo ainda mais infeliz do que aquele que são forçados a deixar, quando se obstinam no mal.


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