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sábado, 28 de março de 2020



Continuação da tradução livre, em terceira pessoa, d'O Evangelho Segundo o Espiritismo.

9 BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MANSOS E PACÍFICOS

Injúrias e violências. Instruções dos Espíritos: A afabilidade e a doçura - A paciência. Obediência e resignação - A cólera

9.1 Injúrias e violências

1. Bem-aventurados os que são mansos, porque eles possuirão a Terra (Mateus, 5:4).
2. Bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados filhos de Deus (Mateus, 5:9).
3. Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: Não matem, e quem matar merecerá ser condenado pelo juízo. Mas eu lhes digo que aquele que se encolerizar contra seu irmão merecerá ser condenado pelo juízo; que aquele que disser a seu irmão: raca, merecerá ser condenado pelo conselho; e aquele que disser: você é louco, merecerá ser condenado ao fogo do inferno (Mateus, 5:21,22).
Por essas máximas, Jesus faz da mansidão, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência uma lei. Condena, por consequência,  a violência, a cólera, e até mesmo toda expressão descortês para com os semelhantes. Raca era, entre os hebreus, um termo de desprezo, que significava homem sem valor, e se pronunciava cuspindo e virando a cabeça para o lado. Ele vai mesmo mais longe, pois ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.
É evidente que aqui, como em qualquer circunstância, a intenção agrava ou atenua a falta; mas em que uma simples palavra pode ter tamanha gravidade, para merecer reprovação tão severa? É que toda palavra ofensiva expressa um sentimento contrário à lei de amor e de caridade, que deve reger as relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que é um atentado à benevolência recíproca e à fraternidade; é que entretém o ódio e a animosidade. Enfim, que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a primeira lei de todo cristão.
Mas que entendia Jesus por estas palavras: "Bem-aventurados os que são mansos, porque eles possuirão a Terra?" Não ensinou Ele a renunciar aos bens deste mundo, prometendo os do Céu?
Enquanto espera os bens do Céu, o homem necessita dos bens da Terra para viver. Ele apenas lhe recomenda, portanto, que não dê a estes últimos mais importância do que aos primeiros.
Por essas palavras, Ele quer dizer que, até agora, os bens da Terra  são tomados à força pelos violentos, em prejuízo dos que são mansos e pacíficos; que a estes falta frequentemente o necessário, enquanto os outros têm o supérfluo. Ele promete que justiça lhes será feita assim na Terra como no Céu, porque eles serão chamados filhos de Deus. Quando a lei de amor e caridade for a lei da Humanidade, não haverá mais egoísmo; o fraco e o pacífico não serão mais explorados nem esmagados pelo forte e o violento. Tal será o estado da Terra, quando, segundo a lei do progresso e a promessa de Jesus, ela estiver transformada num mundo feliz, pela expulsão dos maus.

Tradutor: Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

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