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sexta-feira, 31 de julho de 2020


11.3 Instruções dos espíritos: a lei de amor

Lázaro
Paris, 1862

O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. Em sua origem, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos. E o ponto requintado do sentimento é o amor. Não o amor no sentido vulgar da palavra, mas esse sol interior, que reúne e condensa em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais.
Feliz aquele que ultrapassando sua humanidade, ama com imenso amor os seus irmãos em sofrimento! Feliz aquele que ama, porque não conhece a miséria da alma, nem a do corpo! Seus pés são ligeiros, e ele vive como transportado fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a palavra divina: amor, fez estremecerem os povo, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo, por sua vez, vem pronunciar a segunda palavra do alfabeto divino. Fiquem atentos, porque essa palavra levanta a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela ao homem deslumbrado o seu patrimônio intelectual. Não é mais ao suplício que ela conduz, mas à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito, e o Espírito deve agora resgatar o homem da matéria.
Eu disse que o homem, em sua origem, tem apenas instintos. Aquele, pois, em quem os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida que da meta. Para avançar em direção à meta, é necessário vencer os instintos em proveito dos sentimentos, ou seja, aperfeiçoar estes, sufocando os germes latentes da matéria.
Os instintos são a germinação e os embriões dos sentimentos. Trazem consigo o progresso, como a bolota encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, libertando-se lentamente de suas crisálidas, permanecem subjugados pelos instintos.
O Espírito deve ser cultivado como um campo. Toda a riqueza futura depende do trabalho atual. E, mais que os bens terrenos, ele os conduzirá à gloriosa elevação. É então que, compreendendo a lei do amor, que une todos os seres, nela buscarão os suaves prazeres da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes.

Tradução livre do Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.



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