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sábado, 4 de julho de 2020




Dufêtre
Bispo de Nevers, Bordeaux

Queridos amigos, sejam severos para consigo e indulgentes para com as fraquezas alheias. Essa é também uma forma de praticar a santa caridade, que bem poucas pessoas observam. Todos vocês têm más tendências a vencer, defeitos a corrigir, hábitos a modificar. Todos têm um fardo mais ou menos pesado a aliviar, para subir ao cume da montanha do progresso. Por que, então ser tão clarividentes quando se trata do próximo, e tão cegos
quando se trata, de si mesmos? Quando deixarão de notar, no olho de seu irmão, um cisco que o fere, sem perceberem a trave que os cega e os fazem caminhar de queda em queda?
Creiam nos Espíritos, seus irmãos. Todo homem bastante orgulhoso para se julgar superior, em virtudes e méritos, aos seus irmãos encarnados, é insensato e culpado, e Deus o castigará, no dia da sua justiça.
O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em não ver, senão superficialmente, os defeitos alheios, mas em se procurar destacar o que há neles de bom e virtuoso. Porque, se o coração humano é um abismo de corrupção, sempre há, em algumas de suas mais ocultas dobras, o germe de alguns bons sentimentos, centelha viva da essência espiritual.
Espiritismo, Doutrina consoladora e abençoada, felizes os que o conhecem e se aproveitam dos salutares ensinos dos Espíritos do Senhor! Para esses, o caminho está iluminado, ao longo do qual podem ler estas palavras, que lhes indicam o meio de atingir o alvo: caridade prática, caridade de coração, caridade para o próximo como para si mesmo.
Em uma palavra, caridade para com todos e amor de Deus sobre todas as coisas, porque o amor de Deus resume todos os deveres, e porque é impossível amar realmente a Deus sem praticar a caridade, da qual Ele faz uma lei para todas as criaturas.

Tradução livre da 3.ª ed. francesa pelo prof. dr. Jorge Leite de Oliveira

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