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domingo, 12 de julho de 2020



Questões propostas por Kardec e respondidas pelo Espirito Luís[1]


Ninguém sendo perfeito, isso significa que ninguém tem o direito de repreender seu próximo?

Luís
Paris, 1860

Com certeza, tem, pois cada um de vocês deve trabalhar para o progresso de todos, e sobretudo daqueles cuja tutela lhes foi confiada. Mas isso é também uma razão para o fazer com moderação, com uma intenção útil, e não como geralmente se faz, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a censura é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda cumprir com todos os cuidados possíveis; e, ainda assim, a censura que se faz ao outro deve também ser endereçada a si mesmo, perguntando-se se também não a merece.

Será repreensível observar as imperfeições dos outros, quando disso não possa resultar nenhum benefício para eles, mesmo que não as divulguemos?

Luís
Paris, 1860

Tudo depende da intenção. Certamente, não é proibido ver o mal, quando o mal existe. Haveria até inconveniente ver-se por toda a parte somente o bem, pois essa ilusão prejudicaria o progresso. O erro está em fazer essa observação em prejuízo do próximo, desacreditando-o sem necessidade na opinião pública. Seria ainda repreensível fazê-la com um sentimento de malevolência e de satisfação por apanhar os outros em falta. Mas dá-se inteiramente o contrário, quando, lançando um véu sobre o mal, para ocultá-lo do público, limitamo-nos a observá-lo para proveito pessoal, ou seja, para estudá-lo e evitar aquilo que censuramos nos outros. Essa observação, aliás, não é útil ao moralista? Como descreveria ele as extravagâncias humanas, se não estudasse os modelos?


Há casos em que seja útil revelar o mal dos outros?

Luís
Paris, 1860


Esta questão é muito delicada, e aqui se deve apelar à caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só prejudicam a ela mesma, não haverá utilidade em divulgá-las. Mas se elas podem prejudicar a outros, deve-se preferir o interesse do maior número ao de um só. Conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, pois é melhor que um homem caia, do que muitos sejam enganados ou se tornarem suas vítimas. Em semelhante caso, é necessário pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes.




[1] Notas do tradutor: 1) Frase criada pelo tradutor livre, para dar maior clareza sobre a autoria das perguntas e respostas. 2) Embora o Espírito tenha-se identificado como São Luís, para melhor reconhecimento de sua santidade, optei por retirar o qualificativo por uma razão muito simples: se é para usar São ou Santo antes do nome, todos os Espíritos comunicantes tidos como santos pela Igreja Católica, presentes na obra, deveriam ser precedidos dessa designação, como é o caso de Paulo, o apóstolo, São Mateus, São Marcos, São Lucas, São João, São Miguel, Santo Antônio de Pádua, entre outros, que não são assim designados n’O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3) Pode-se também propor nota de rodapé com a identificação do Espírito como ele é conhecido no seio das igrejas.

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