Questões propostas por Kardec e respondidas pelo Espirito Luís[1]
Ninguém sendo perfeito, isso
significa que ninguém tem o direito de repreender seu próximo?
Luís
Paris, 1860
Com certeza, tem, pois
cada um de vocês deve trabalhar para o progresso de todos, e sobretudo daqueles
cuja tutela lhes foi confiada. Mas isso é também uma razão para o fazer com
moderação, com uma intenção útil, e não como geralmente se faz, pelo prazer de denegrir.
Neste último caso, a censura é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade
manda cumprir com todos os cuidados possíveis; e, ainda assim, a censura que se
faz ao outro deve também ser endereçada a si mesmo, perguntando-se se também
não a merece.
Será repreensível
observar as imperfeições dos outros, quando disso não possa resultar nenhum
benefício para eles, mesmo que não as divulguemos?
Luís
Paris, 1860
Tudo depende da intenção.
Certamente, não é proibido ver o mal, quando o mal existe. Haveria
até inconveniente ver-se por toda a parte somente o bem, pois essa ilusão
prejudicaria o progresso. O erro está em fazer essa observação em prejuízo do
próximo, desacreditando-o sem necessidade na opinião pública. Seria ainda repreensível fazê-la com um sentimento de
malevolência e de satisfação por apanhar os outros em falta. Mas dá-se
inteiramente o contrário, quando, lançando um véu sobre o mal, para ocultá-lo
do público, limitamo-nos a observá-lo para proveito pessoal, ou seja, para
estudá-lo e evitar aquilo que censuramos nos outros. Essa observação, aliás,
não é útil ao moralista? Como descreveria ele as extravagâncias humanas, se não
estudasse os modelos?
Há casos em que seja útil
revelar o mal dos outros?
Luís
Paris, 1860
Esta questão é muito
delicada, e aqui se deve apelar à caridade bem compreendida. Se as imperfeições
de uma pessoa só prejudicam a ela mesma, não haverá utilidade em divulgá-las. Mas se
elas podem prejudicar a outros, deve-se preferir o interesse do maior número ao
de um só. Conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode
ser um dever, pois é melhor que um homem caia, do que muitos sejam enganados ou
se tornarem suas vítimas. Em semelhante caso, é necessário pesar a soma das
vantagens e dos inconvenientes.
[1]
Notas do tradutor: 1) Frase criada pelo tradutor livre, para dar maior clareza
sobre a autoria das perguntas e respostas. 2) Embora o Espírito tenha-se
identificado como São Luís, para melhor reconhecimento de sua santidade, optei
por retirar o qualificativo por uma razão muito simples: se é para usar São
ou Santo antes do nome, todos os Espíritos comunicantes tidos como
santos pela Igreja Católica, presentes na obra, deveriam ser precedidos dessa
designação, como é o caso de Paulo, o apóstolo, São Mateus, São Marcos, São
Lucas, São João, São Miguel, Santo Antônio de Pádua, entre outros, que não são
assim designados n’O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3) Pode-se também
propor nota de rodapé com a identificação do Espírito como ele é conhecido no
seio das igrejas.
Entendi!! obrigada
ResponderExcluirGrato. Abraço fraterno.
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