EM DIA COM O
MACHADO 431:
Quem não gosta de ler, assistir a bons programas de TV, ir ao teatro ou cinema, além de não ocupar seu tempo e espaço
diário com atividades motivadoras; quem passa os anos realizando o que é básico
à sobrevivência: trabalhos repetitivos, cuidados higiênicos, alimentação, sono...
pouco mais realiza que os animais. Desse modo, fica um grande espaço em branco
em seu cérebro, por falta de utilização... Esta é uma lei biológica que aprendi
há quase cinquenta anos: todo membro fisiológico que não é utilizado se
atrofia. Daí, a possibilidade de demência torna-se maior para quem usa pouco o
cérebro do que para quem o enriquece de informações.
Segundo Monteiro Lobato: "Quem mal lê
mal ouve, mal fala, mal vê". O hábito de leitura deve ser cultivado na
infância. Por isso, Lobato também disse: "Para crianças, um livro é todo
um mundo". Esse grande escritor escreveu a obra Sítio do Picapau
Amarelo, com 23 volumes, adaptada para a televisão. Li cada um desses
livros, quando criança, e confirmo o que o autor disse. Alguns deles
impressionaram-me mais, como, por exemplo, Reinações de Narizinho; Emília
no País da Gramática; Serões de Dona Benta; Histórias de Tia
Nastácia; Os Doze Trabalhos de Hércules... Depois disso, nunca mais
parei de ler: poemas, contos, crônicas, romances, obras filosóficas... Outras
pessoas, porém, talvez se lembrem de outras obras, o que influencia a visão de
mundo de cada um.
Para quem trabalha com revisões, como nós,
esta é uma verdade indiscutível. Em apenas uma página de texto, dificilmente
escapam a terceiro ao menos dois ou três erros, que o autor do texto não
enxergou, mesmo após duas ou três releituras. E é um segundo ou terceiro leitor
que acaba descobrindo os "fantasmas" ocultos ao autor, mas que se
mostram ao revisor atento. O pior é quando, nestes tempos da informática,
corrigimos um texto, como por exemplo, a palavra mal para mau,
clicamos "salvar" e, depois de enviado, percebemos que o termo está
lá. Nesse caso, só nos resta dizer: Ali era para estar mau, ou seja,
algo não bom, e não mal, o que não pegou bem...
Tudo isso porque o mau programa não salvou o termo bom e só não
acabei mal nessa história porque ela terminou bem...
Belo texto!!!
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