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sábado, 19 de setembro de 2020


 

11.7 Deve-se expor a vida por um malfeitor?

 

Um homem está em perigo de morte. Para salvá-lo, outro deve expor a própria vida. Mas sabe-se que é um malfeitor e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve o outro, apesar disso, arriscar-se para o salvar?

 

Lamennais

Paris, 1862

 

Esta é uma questão bastante grave, e que se pode naturalmente apresentar ao espírito. Responderei segundo meu adiantamento moral, desde que se trata de saber se devemos expor a vida, mesmo por um malfeitor.

O devotamento é cego. Socorre-se um inimigo; deve-se socorrer também a um inimigo da sociedade, numa palavra, um malfeitor. Acredita que é somente à morte que se vai arrancar esse infeliz? É talvez a toda a sua vida passada. Porque,  reflita nisto: nesses rápidos instantes que lhe arrebatam os últimos minutos da vida, o homem perdido se volta para seu passado, ou antes, seu passado ergue-se diante dele. A morte, talvez, chegue muito cedo para ele. A reencarnação poderá ser terrível.

Lancem-se, então, homens! Vocês, que a ciência espírita esclareceu, lancem-se, arranquem-no ao perigo! E então, esse homem, que teria morrido blasfemando, talvez se atire nos seus braços. Entretanto, vocês não devem perguntar se ele o fará ou não, mas correr em seu socorro, pois, salvando-o, obedecem a essa voz do coração que lhes diz: "Podem salvá-lo: salvem-no".


Tradução livre: Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira


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