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domingo, 13 de março de 2022

 

19.4.2 A fé divina e a fé humana - Um Espírito protetor - Paris, 1863

 


         A fé é o sentimento inato, no homem, de seus destinos futuros. É a consciência que ele tem das imensas faculdades depositadas em seu íntimo, em estado latente, e que ele deve fazer germinar e crescer, através da sua vontade ativa.

         Até o presente, a fé só foi compreendida no seu sentido religioso, porque o Cristo a revelou como poderosa alavanca, e porque nele só viram o chefe duma religião. Mas o Cristo, que realizou milagres, mostrou, por esses mesmos milagres, quanto pode o homem que tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação. Os apóstolos, com seu exemplo, também não fizeram milagres? Ora, que eram esses milagres, senão os efeitos naturais cujas causas eram desconhecidas dos homens de então, mas que hoje, em grande parte, se explicam e que serão completamente compreendida pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo?

         A fé é humana ou divina, conforme o homem aplique suas faculdades, à satisfação das necessidades terrenas ou das suas aspirações celestes e futuras. O homem de gênio, que se lança na realização de um grande empreendimento, triunfa se tem fé, porque sente em si que pode e deve triunfar, e essa certeza íntima lhe dá uma extraordinária força. O homem de bem que, crendo no seu futuro celeste, quer preencher a sua vida com nobres e belas ações, tira da sua fé, da certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda nesse caso se realizam os milagres da caridade, do sacrifício e da abnegação. Enfim,  com a fé, não há maus pendores que não possam ser vencidos.

         O magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos estranhos que, antigamente, foram qualificados de milagres.

         Eu lhes repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnadas estivessem bem convencidos da força que trazem consigo, e se quisessem pôr sua vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que até hoje eles chamam de prodígios, e que, entretanto, nada mais é simplesmente que um desenvolvimento das faculdades humanas.

             Tradução livre de Jorge L. de Oliveira - http://lattes.cnpq.br/0494890808150275.

 

 

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