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domingo, 27 de março de 2022

 

20.1 Instruções dos espíritos - os últimos serão os primeiros

 



20.1.1 Constantino - Espírito Protetor, Bordeaux, 1863

 

         O trabalhador da última hora tem direito ao salário. Mas é necessário que sua boa vontade atenda à disposição do Senhor que o devia empregar, e que seu atraso não seja fruto da sua preguiça ou da sua má vontade. Tem direito ao salário porque, desde o alvorecer, esperava impacientemente aquele que por fim o chamaria para a obra. Ele era trabalhador, só lhe faltava trabalho.

         Mas se ele houvesse recusado o trabalho a qualquer hora de dia; se houvesse dito: Sejam pacientes; o repouso é doce para mim; quando soar a última hora, pensarei no salário do dia. Que me importa esse patrão que não conheço e não estimo? Quanto mais tarde, melhor. Esse tal, meus amigos, não receberia o salário do trabalho, mas o da preguiça.

         Que será daquele que, em vez de ficar  simplesmente inativo, houvesse empregado as suas horas de trabalho diário para cometer atos culpáveis? Que tivesse blasfemado contra Deus, derramado o sangue de seus irmãos, perturbado as famílias, arruinado homens de boa fé, abusado da inocência? Que tivesse, enfim, se lançado a todas as ignomínias da humanidade? Que será dele? Será suficiente dizer à última hora: Senhor, usei mal meu tempo; empregue-me até o fim do dia, para que eu faça um pouco, um pouquinho que seja da minha tarefa, e pague-me o salário do trabalhador de boa vontade?  Não, não! O Senhor lhe dirá: Não tenho agora nenhum trabalha para você. Esperdiçou seu tempo, esqueceu o que havias aprendido, não sabe mais trabalhar na minha vinha. Recomece, pois, a aprender, e quando se sentir bem disposto, venha procurar-me e lhe abrirei meu vasto campo, onde poderá trabalhar a qualquer hora do dia.

         Bons espíritas, meus bem-amados, todos vocês são trabalhadores da última hora. Bem orgulhoso seria o que dissesse: Comecei o trabalho de madrugada e só o terminarei ao anoitecer. Todos vieram quando chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujas correntes arrastam. Mas há quantos séculos o Senhor os chamava para sua vinha, sem que quisessem entrar nela? Eis chegado o momento de receberem o salário. Empreguem bem esta hora que lhes resta. E não se esqueçam de que sua existência, por mais longa que lhes pareça, não é mais do que um momento muito breve, na imensidade dos tempos que formam para vocês a eternidade.

            Tradução livre do prof. dr. Jorge Leite de Oliveira

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