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segunda-feira, 7 de março de 2022



19.4 Instruções dos Espíritos

 

         A seguir, Kardec transcreve duas mensagens: a primeira de José, Espírito protetor, psicografada em Bordeaux no ano de 1862; a segunda de Um Espírito protetor, recebida em Paris, no ano de 1863.

 

19.4.1 A fé, mãe da esperança e da caridade – José, Espírito protetor, Bordeaux, 1862

 

         A fé, para ser proveitosa, deve ser ativa; não pode ficar dormente. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, deve velar atentamente pelo desenvolvimento das filhas que tem.  

         A esperança e a caridade são uma consequência da fé. Essas três virtudes formam uma trindade inseparável. Não é a fé que sustenta a esperança de vermos cumpridas as promessas do Senhor? Porque, se não tiverem fé, que esperarão? Não é a fé nos dá o amor? Pois, se não tiverem fé, que reconhecimento terão e, por consequência, que amor?

         A fé, divina inspiração de Deus, desperta todos os nobres sentimentos que conduzem o homem ao bem: é a base da regeneração. É, necessário, que essa base seja forte e durável, pois se a menor dúvida puder abalá-la, que será do edifício que construíram sobre ela? Ergam, portanto, esse edifício, sobre alicerces inabaláveis. Que sua fé seja mais forte que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, pois a fé que não desafia o ridículo dos homens, não é verdadeira.

         A fé sincera é empolgante e contagiosa. Comunica-se aos que não a possuíam, nem mesmo desejariam possuí-la; encontra palavras persuasivas, que penetram na alma, enquanto a fé aparente só tem palavras sonoras, que produzem o frio e a indiferença. Preguem pelo exemplo de sua fé, para transmiti-la aos homens. Preguem pelo exemplo de suas obras, para que vejam o mérito da fé. Preguem por sua inabalável esperança, para que vejam a confiança que fortifica e estimula a criatura a enfrentar todas as vicissitudes da vida.

         Tenham, pois, a fé, em tudo que ela tem de belo e de bom, em sua pureza e em sua racionalidade. Não admitam a fé sem comprovação, filha cega da cegueira. Amem a Deus, mas sabendo porque o amam. Creiam em suas promessas, mas sabendo por que creem. Sigam nossos conselhos, mas conscientes dos fins que lhes propomos e dos meios que lhes indicamos para atingi-los. Creiam e esperem, sem nunca fraquejar: os milagres são obras da fé.

 

Tradução livre de Jorge L. de Oliveira - http://lattes.cnpq.br/0494890808150275.

 

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