EM
DIA COM O MACHADO 524:
CONHECEREIS
A VERDADE... (Irmão Jó)
Amigo leitor, há fatos que estão tão
além de nossa imaginação, que alguns dos nossos irmãos céticos os colocam em
dúvida, ainda que os meios de comunicação da época desses acontecimentos os
tenham confirmado. Alguns dos mais extraordinárias deles resultaram da
mediunidade de Chico Xavier.
Há poucos dias, li num fórum
de debates on-line a informação de um senhor sobre sua condição de ateu,
reforçada por sua promessa de tornar-se espiritualista, desde que lhe provem a
existência de Deus e a sobrevivência do Espírito. Fez, entretanto, a ressalva
de que não lhe bastam teorias, argumentos religiosos nem científicos. Imagino que seu desejo seja ver
um Espírito materializado à sua frente a lhe dizer: "Deus existe, meu caro
irmão. E eu sou seu amado bisavô que volto do Além para lhe provar isso e que
somos imortais. Tome juízo, caso contrário você vai ficar mais desorientado
quando passar para cá do que já está aí".
Ainda assim, não sei se isso lhe
bastaria. Tal manifestação existe, desde tempos imemoriais, e já foi revelada
por incontável número de pesquisadores, ateus ou não. Para crer, entretanto,
nas materializações de espíritos, é preciso confiar no relato dos pesquisadores
que não titubearam em dedicar décadas de suas existências à investigação dos
fenômenos mediúnicos. Muitos céticos, no entanto, precisam ficar um tempo na ignorância, para
quebra do orgulho. Outros dispensam, temporariamente, a crença, pois são
naturalmente bons e estão ocupados em atividades relevantes para a sociedade.
Sua fé se enquadra na "fé humana" e na ação humanitária. Dia chegará,
porém, que precisarão da fé divina...
Se, entretanto, não creem naquilo
que outros constataram pela observação e experiência, de nada adianta tentar
convencê-los sobre a imortalidade da alma e a existência de Deus. Ainda que
vejam, ouçam e falem com um Espírito afirmam, depois disso, que tiveram uma
ilusão dos sentidos físicos; mas o Espiritismo é uma ciência de observação e
experimentação. Porém, não nos esqueçamos de que o nosso irmão ateu afirmou que
"nem a ciência o convence da realidade dos fatos". Nesse caso, diz
Kardec, não devemos preocupar-nos com tal pessoa. Quando chegar sua hora, não
somente crerá na existência de Deus e na sobrevivência do Espírito, como ainda
se angustiará por verificar que outras pessoas não creem no seu testemunho.
Tudo isso me vem à lembrança ao me
deparar com mais uma demonstração extraordinária de que a faculdade de Chico
Xavier não foi fruto de sua imaginação exaltada, mas sim da revelação dos
Espíritos, narrada na obra Trinta anos com Chico Xavier, do escritor
Clóvis Tavares. Ainda bem que nosso irmão ateu não é dos que combatem, com
falsas acusações, nosso querido Chico, como vemos fazer algumas pessoas infames
e inescrupulosas. Nisso, o médium mineiro não é privilegiado. Fizeram o mesmo
com Jesus Cristo.
Antes de narrar alguns dos fenômenos
produzidos por Chico Xavier, recordo uma aula a que assisti há muitos anos,
quando já começara meus esforços em deixar a vida militar, embora muito lhe
deva. O professor era contador e, em sua aula, saiu-se com este desafio: — É
muito fácil escrever textos literários e atribuí-los aos Espíritos. Quero ver é
um Espírito se manifestar por um médium que nada conheça de contabilidade e
demonstrar conhecimento do assunto.
Confesso que, na época, fiquei um
pouco intrigado, mas como essa não é "minha praia" atribuí seu
desafio a mera ignorância do professor sobre os objetivos elevados da
mediunidade. Há inúmeras outras formas de o Espírito provar sua sobrevivência
do que por meio de cálculos, balancetes e balanços contábeis.
Pois bem, Clóvis Tavares relata, em
sua obra citada mais acima, que um desafio sobre temas complexos de economia
foi proposto ao médium Chico Xavier, e respondido pelo Espírito português
Joaquim Pedro d'Oliveira Martins. Eis o relato de Tavares, não somente sobre
esse tipo de "desafio" respondido pelas entidades espirituais, como
muitos outros:
Não
eram somente os poetas do Além-Túmulo que traziam sua mensagem de esperança nas
manifestações da sobrevivência. A série de reportagens de Clementino de
Alencar, dia após dia, brindava o leitor com novas surpresas. Um dia, era uma
brilhante lição de Emmanuel sobre o corpo espiritual, conjugando diversas
explicações a respeito da realidade do perispírito, suas relações com o corpo
físico, suas origens, sua evolução.
Outro
dia, eram respostas ao Dr. Bhering, um assistente das reuniões, que formulara,
na sessão mediúnica em casa de José Cândido, irmão de Chico, diversas questões
sobre Direito Penal, admiravelmente respondidas pelo sábio Espírito Emmanuel.
Doutra
feita, as questões encaminhadas à mediunidade de Xavier, por um estudioso de
finanças, gerente do Banco Agrícola de Sete Lagoas, Sr. Teixeira da Costa,
versavam sobre economia dirigida, emissão, inflação, escassez de numerário,
socialização do sistema monetário,
problemas de exportação... As respostas, magníficas respostas de elevado
conteúdo científico e técnico, foram dadas pelo grande publicista e historiador
português, Oliveira Martins, que assinou as mensagens com seu nome completo:
Joaquim Pedro d'Oliveira Martins.[1]
O leitor interessado em conhecer as brilhantes mensagens do grande escritor
lusitano poderá lê-las na bela obra de Miguel Timponi, A psicografia ante os
tribunais (O caso Humberto de Campos), editada pela Federação Espírita
Brasileira.
O jornalista Clementino de Alencar
declarava-se ateu, antes de suas pesquisas sobre o médium Xavier, publicadas em
periódicos de grande circulação, mas após seus trabalhos com o médium mineiro,
como ocorreu com diversos outros pesquisadores que duvidavam da realidade da
vida espiritual, tornou-se espírita convicto. Isso, entretanto, demanda estudo,
observação, experiência e perseverança de quem deseje seriamente investir no
conhecimento daquilo que consideramos mais importante, em nossas existências: a
certeza de sermos imortais e de que Deus existe. Suas leis, eternas e imutáveis,
estão elencadas nos 12 capítulos do livro terceiro da obra intitulada O
Livro dos Espíritos, primeira obra publicada por Allan Kardec sob
orientação e supervisão do Espírito de Verdade, que manifesta a vontade e o
pensamento de Jesus Cristo.
Paz e luz!
[1]
Oliveira Martins — Joaquim Pedro d’ — foi
não só o grande historiador da pátria portuguesa, mas
o grande autor da História da civilização cristã e o grande estudioso que escreveu A circulação fiduciária, obra premiada pela
Academia. Foi deputado, ministro da Fazenda e membro da Academia de Ciências de
Lisboa (1845-1894).
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