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domingo, 15 de maio de 2022

 


21.4 Não creiam em todos os espíritos

 

Meus bem-amados, não creiam em todos os Espíritos, mas provem se os Espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo (I João, 4:1).

 

Os fenômenos espíritas, longe de confirmarem os falsos cristos e os falsos profetas, como algumas pessoas gostam de dizer, vêm, pelo contrário, dar-lhes o último golpe. Não solicitem milagres nem prodígios ao Espiritismo, porque ele declara formalmente que não os produz. Do mesmo modo que a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia revelaram as leis do mundo material, ele vem revelar outras leis desconhecidas, que regem as relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual. Essas leis, tanto quanto as científicas, são leis da Natureza. Dando a explicação de uma ordem de fenômenos até hoje incompreendidos, o Espiritismo destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso.

Aqueles, portanto, que  fossem tentados a explorar esses fenômenos no proveito próprio, fazendo-se passar por enviados de Deus, não poderiam abusar por muito tempo da credulidade alheia, e logo seriam desmascarados. Ademais, como já ficou dito, esses fenômenos nada provam por si mesmos; a missão se prova por efeitos morais, o que não é dado a qualquer um produzir. Esse é um dos resultados do desenvolvimento da ciência espírita;  pesquisando a causa de certos fenômenos, ela levanta o véu de muitos mistérios. Os que preferem a obscuridade à luz, são os únicos interessados em combatê-la. Mas a verdade é como o Sol: dissipa os mais densos nevoeiros.

O Espiritismo revela outra categoria bem mais perigosa de falsos cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudossábios, que passaram da Terra para a erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a máscara que usam, tornar aceitáveis as suas ideias, frequentemente as mais bizarras e absurdas. Antes que as relações mediúnicas fossem conhecidas, eles exerciam a sua ação de maneira menos ostensiva pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, auditiva ou falante. É considerável o número dos que, em diversas épocas, mas sobretudo nos últimos tempos, se apresentaram como alguns dos antigos profetas, como o Cristo, como Maria, sua mãe, e até mesmo como Deus.

João nos põe em guarda contra eles, quando diz: "Meus bem-amados, não creiam em todos os Espíritos, mas provem se os Espíritos são de Deus; porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo". O Espiritismo oferece-nos os meios de experimentá-los, indicando as características pelas quais se reconhecem os bons Espíritos, características sempre morais e nunca materiais (ver O Livro dos Médiuns, cap. 24 e seguintes). É sobretudo ao discernimento dos bons e dos maus Espíritos, que podemos aplicar estas palavras de Jesus: "Reconhece-se a qualidade da árvore pelos seus frutos; uma boa árvore não pode produzir maus frutos, e uma árvore má não pode produzir bons frutos". Julgam-se Espíritos pela qualidade de suas obras, como uma árvore pela qualidade de seus frutos.

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