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terça-feira, 14 de junho de 2022

 


21.5.4 Jeremias e os falsos profetas
Luoz, Espírito protetor, Carlsruhe, 1861

     Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Não escutem as palavras dos profetas, que  profetizam e os enganam.  Eles publicam as visões de seus corações, não o que aprenderam da boca do Senhor”. Dizem àqueles que de mim blasfemam: “O Senhor o disse; vocês terão paz; e a todos aqueles que andam na corrupção do seus corações:Não virá nenhum mal sobre vocês”. Mas qual deles assistiu ao conselho de Deus? Quem viu e escutou o que Ele disse? Eu não enviava esses profetas; eles corriam por si mesmos. Eu nada lhes falava, e eles profetizavam de suas cabeças. Tenho ouvido o que disseram esses profetas, que em meu nome profetizaram a mentira dizendo: “Sonhei, sonhei”. Até quando essa imaginação se achará no coração dos profetas que vaticinam a mentira, e que profetizam as seduções do seu coração? – Se então esse povo, ou um profeta, ou um sacerdote, lhes interrogar e disser: “Qual é o fardo do Senhor?” Vocês responderão: “São vocês mesmos o fardo do Senhor, e Eu os lançarei bem longe de mim, diz o Senhor”. (Jeremias, 23: 16-18; 21; 25,26 e 33)        

É sobre essa passagem do profeta Jeremias, que lhes quero falar, meus amigos. Deus, falando por sua boca, disse: "É a visão do seu coração que os faz falar". Essas palavras indicam claramente que, já naquela época, os charlatães e os fanáticos abusavam do dom de profecia e o exploravam. Abusavam, portanto, da fé simples e quase cega do povo, predizendo por dinheiro coisas boas e agradáveis. Essa espécie de enganação estava bastante generalizada na nação judaica, e é fácil compreender-se que o pobre povo, em sua ignorância, estava impossibilitado de distinguir os bons dos maus, e era sempre mais ou menos enganado pelos impostores ou fanáticos que se diziam profetas. Não há nada mais significativo do que estas palavras: "Eu não enviei esses profetas, e eles correram por si mesmos; não lhes falei, e eles profetizaram". Em seguida: "Eu ouvi esses profetas que em meu nome  profetizavam a mentira dizendo: ‘Sonhei, sonhei". Indicava, assim, um dos meios que eles empregavam para explorar a confiança que tinham neles. A multidão, sempre crédula, não pensava em lhes contestar a veracidade de seus sonhos ou de suas visões; achava isso muito natural e sempre convidava os convidava a falar.

Após as palavras do profeta, escutem os sábios conselhos do apóstolo João, quando diz: "Não creiam em todo Espírito, mas provem se os Espíritos são de Deus". Porque, entre os invisíveis, há também os que se comprazem em enganar, quando encontram ocasião. Os iludidos são, bem entendido, os médiuns que não tomam as necessárias precauções. Eis aí, sem dúvida, uma das maiores dificuldades, contra a qual muitos esbarram, sobretudo quando são novatos no Espiritismo. Isso é para eles uma prova, de que não podem triunfar senão com muita prudência. Aprendam, pois, antes de tudo, a distinguir os bons dos maus Espíritos, para não se tornarem, vocês mesmos, falsos profetas.

Tradução livre do Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira

 


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