EM DIA COM O
MACHADO 550:
HORAS DIFÍCEIS
(Irmão Jó)
Alma irmã, durante muito tempo eu
julgava os acontecimentos da vida pelo que ocorria em minha própria existência.
Enfim, aprendi que o que ocorre conosco não serve como medida do que é certo ou
errado em relação aos fatos sociais genéricos. Por exemplo, se estudei em
escola pública e tive como professor alguém que não cumpria bem seus deveres
profissionais, não posso julgar todos os professores de escola pública com base
no comportamento daquele professor. Tempos difíceis todos temos, mas Deus está
no comando.
Precisamos entender que todos nós
estamos sujeitos a errar. Provavelmente, aquele professor ainda não atingiu a
maturidade que o faça perceber as consequências para si mesmo de seu despreparo
profissional.
Por essa razão, o espírito Emmanuel também
intitulou sua mensagem como Horas difíceis. Ela está no livro psicografado por
Chico Xavier que se chama Livro de Respostas, editado pela Federação
Espírita Brasileira. Após elencar as situações ruins que podemos estar
passando, Emmanuel conclui: “Se essas horas de crise te surgiram na existência,
não desanimes nem te desesperes. Ergue a fronte para o alto e conta com Deus.
Realmente, o que mais importa é o que sucede dentro de ti”.
Em apoio às palavras finais de
Emmanuel, lemos na obra ditada pelo espírito Maria João de Deus, intitulada Cartas
de Uma Morta, também psicografada por Chico Xavier, no capítulo 63, esta
frase: “Um espírito pode beneficiar-se com o que lhe provém do exterior, mas o
seu verdadeiro mundo é aquele criado por seus pensamentos, atos e aspirações”.
Foi por esse motivo que, ao ser
indagado por Allan Kardec, na questão 621 d’O Livro dos Espíritos, onde
se situa a lei de Deus, a resposta recebida foi objetiva: “Na consciência”.
Provavelmente, aquele educador relapso foi de tal modo prejudicado por suas
atitudes negativas, que aprendeu com seus erros a se tornar um dos melhores
professores da escola. Ele poderia também ter percebido que o magistério não
era sua vocação e ter optado por outra profissão na qual se realizaria e
proporcionaria melhores resultados para si e para outrem.
Mas se o professor se acomodou,
certamente chegará o dia em que perceberá o mal causado a quem lhe cabia educar.
Se não nesta, noutra encarnação, pois ainda que ignoremos os apelos da
consciência, dia haverá em que teremos de escutá-la a clamar, incessante, como
na figura bíblica: “Caim, Caim, que fizeste do teu irmão?”
Somente em boa sintonia com a
consciência, entenderemos a lei de causa e efeito. Então, a fé verdadeira nos
dará forças para atuar no bem, fiéis às palavras de Pedro: “O amor cobre a
multidão dos pecados”. Daí a necessidade de satisfazermos os três requisitos
para a quitação do débito espiritual de cada um de nós: arrependimento,
expiação e reparação.
Deus proverá tudo o que for preciso,
no tempo certo, pois, como nos lembrou nosso amigo Evandro, nobre tradutor das
obras básicas de Kardec e da Revista Espírita: “O tempo de Deus é
diferente do nosso tempo”. Por esse motivo, os que agora estamos angustiados
precisamos encontrar na oração, na tolerância, no trabalho e no bem incansável
os remédios eficazes para enfrentarmos serenamente as horas difíceis.
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