VIDA VERDADEIRA
(Irmão Jó)
Falando sobre a fé, um Espírito diz o
seguinte: “A fé inata será um dos caracteres distintivos da nova geração, não a
fé exclusiva e cega que divide os homens, mas a fé raciocinada, que esclarece e
fortifica, que os une e confunde num sentimento comum de amor a Deus e ao
próximo”.
No livro
O Consolador, item 260, o Espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico
Xavier, sobre o caráter religioso do Espiritismo, diz isto:
Religião é sentimento divino, cujas
exteriorizações são sempre o Amor, nas expressões mais sublimes. Enquanto a Ciência
e a Filosofia operaram o trabalho da experimentação e do raciocínio, a Religião
edifica e ilumina os sentimentos. As primeiras se irmanam na sabedoria, a
segunda personifica o amor, as duas asas divinas com que a alma humana
penetrará, um dia, nos pórticos sagrados da Espiritualidade.
Vemos,
assim, que as religiões enfatizam a fé como um dos seus postulados
fundamentais, com o que o Espiritismo também concorda. Com relação à vida
espiritual, Jesus recomendou o seguinte: “Não acumuleis tesouros na Terra, onde
a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai
tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões
não minam nem roubam” (Mateus,
6:19 a 21). Ou seja, nosso principal cuidado, enquanto no corpo físico, deve
ser com as coisas espirituais, pois é nelas que está a verdadeira vida, o que
não significa desprezo total pelas coisas materiais e, sim, desapego, mas bom
uso delas. Não somente em nosso benefício, como também do próximo. Por isso a
máxima espírita é a caridade...
Kardec,
independentemente de considerarmos o aspecto religioso e não basicamente moral do
Espiritismo, afirmou que o Espiritismo, destruindo o materialismo, é o maior
auxiliar da religião, que não discrimina nenhuma. Atualmente, percebemos nas
palavras de diversos religiosos a influência das ideias elevadas do
Espiritismo. É comum ouvirmos dos sacerdotes a orientação aos seus prosélitos
de que Deus está em toda a parte, é Espírito e, portanto, sua lei máxima, da qual
decorrem todas as outras, é a Lei Natural ou Divina.
Constatamos,
entretanto, que os pastores e sacerdotes, sem nenhuma crítica nossa nesse
sentido, usam a palavra para doutrinar seus adeptos e conquistar prosélitos com
base exclusivamente em orientações comportamentais relacionadas à prática do
bem como forma de viver bem na Terra e alcançar o “reino dos céus” prometido
por Jesus aos bons. Nada contra isso. Quanto a esse “reino”, todavia, nada é
explicado de modo consolador. Só o Espiritismo, além doutras filosofias e
crenças orientais, bem como a Teologia traçam com clareza o modo claro de se
entender, após a curta existência no mundo, as palavras de Jesus relacionadas ao
resultado, para cada um de nós, de nossas ações: “A cada um segundo suas obras”
(Mateus, 16:27).
Por
isso, afirmou ainda Jesus, como lemos em Mateus, 10:26 que “nada há
encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se”.
Estava reservado ao Espiritismo, como Consolador prometido pelo Cristo, esta
revelação, como lemos em João, 14:15 a 18.
O
Espiritismo é Jesus que retorna, em espírito, com toda a glória dos seus
ensinamentos agora explicados em seu verdadeiro sentido. Não somente para nos
esclarecer sobre as aparentes desigualdades da vida material, como também para
nos dar o sentido do “reino dos céus” e também do inferno como frutos de nossas
próprias obras, que serão aferidas na verdadeira vida: a vida
espiritual.
Paz
e luz!
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