LEMA DA FELICIDADE Alma querida, escuta: Quando a tribulação te
agrave a luta, Flagelando-te o ser Tanto quanto desejas
elevar-te, Recorda a Lei de Deus,
em toda parte: — Trabalhar e esquecer. Não te agrilhoes a
nuvens do passado, Nem te aflijas pensando
no porvir, De esperança a brilhar
no coração contente, Renova-te e confia
alegremente No privilégio de
servir. Contempla, dos caminhos
em que pousas, No amálgama das vidas e
das cousas: Todos os elementos que
te apoiam, Do Mundo Conhecido ao
Mais Além, Guardam consigo apenas, A fim de que o
progresso sobrenade, Aquilo que lhes dê
continuidade No trabalho do bem. O astro do dia, a
refulgir no tempo, Quanta vez terá visto
sobre a Terra, Povos e gerações,
servos e reis, Templos e tribunais,
ordens e leis, Nas florações da paz ou
nas cinzas da guerra!... Observa, porém, que o
Sol não fala disso E, ainda hoje e sempre,
a resguardar-nos, Permanece em serviço. O chão silencioso não
confessa Quanta vez engoliu
detritos agressores, Sabemos tão somente que
responde, Onde o lixo, às
ocultas, se lhe esconde Com braçadas de flores. Fertilizando a vida, A fonte deixa o lodo e
tudo olvida, Para ser água, enfim,
clara e singela; A argila sofre o fogo
que a transforma, Tudo esquece, ganhando
nova forma, Em porcelana rendilhada
e bela!... Assim também, alma
querida e boa, Não reclames, perdoa, E nem exijas, ama! Se aspiras a encontrar
as Alturas do Bem, No anseio por mais luz
que te mantém, Auxilia e constrói algo
mais que o dever, Porquanto, o lema da
felicidade, Sem que a dor nos
deprima ou a queda nos degrade, Será sempre servir,
trabalhar e esquecer. DOLORES, Maria (Espírito). Maria
Dolores. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 1. ed. Impressão
pequenas tiragens. Brasília: FEB; São Paulo: IDEAL, 2022.
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