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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

 


HONRA DE SERVIR
 
Às vezes, alma irmã, dizes que a vida
É um tecido de lutas colossais,
Que não tens paciência de sofrê-las,
Que não suportas mais.
 
Acalma-te, no entanto, pensa e nota:
Sem que os problemas surjam tais quais são,
Tudo seria o caos no campo da existência,
Deserto sem degraus de elevação.
 
— "Paciência, explicou-nos sábio amigo,
É o respeito ideal que se mantém,
Entre os seres e as vidas que se entrosam
Para a realização do Eterno Bem".
 
Para que não se faça barro e lodo,
Pântano incomodando o próprio ar,
Deve a fonte servir no curso a que se prende,
No anseio de atingir a grandeza do mar.
 
Se o trigo recusasse a mó que o pulveriza,
Faria nobre prato com certeza
Ou talvez fosse adorno para o mundo,
Mas não seria pão brilhando à mesa.
 
Sem controle da usina que a governa,
Depois de acumulada onde se ativa,
Seria a força da eletricidade
Unicamente força destrutiva.
 
Se quisesse fugir da órbita a que atende,
Seria o próprio Sol, nos espaços profundos,
Um monstro luminoso sem destino,
Perturbando a mecânica dos mundos.
 
Paciência, alma irmã, é o dom do entendimento,
A honra de servir que temos ao dispor,
Para erguer, ante os Céus, nos distritos da Terra,
O caminho da Paz e a presença do Amor.
 
DOLORES, Maria. A vida conta. Psicografia de F. C. Xavier. 1980.


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