EM DIA COM O MACHADO
553:
A MISERICÓRDIA E A
LEI DE DEUS (Jó)
Alma amiga, o Antigo Testamento é
fonte de riqueza espiritual imensurável à luz do Espiritismo Cristão. Todo
estudioso do Espiritismo tem o dever de conhecer bem o chamado Livro da Vida,
mais conhecido como Bíblia Sagrada. Logicamente tirando da letra, que
mata, o espírito, que vivifica, segundo Paulo (II Coríntios, 3:6). Analisemos,
por exemplo, à luz da Doutrina Espírita, alguns versículos do Salmo 51
de Davi:
³Tem
piedade de mim, ó Deus, por teu amor!
Apaga
minhas transgressões, por tua grande compaixão!
4
Lava-me inteiro da minha iniquidade
e
purifica-me do meu pecado!
5
Pois reconheço minhas transgressões
e
diante de mim está sempre meu pecado;
6 pequei
contra ti, contra ti somente,
pratiquei
o que é mau aos teus olhos (Bíblia de Jerusalém).
Como a lei de Deus está escrita na
consciência, de acordo com a questão 621 d’O Livro dos Espíritos, o
sofrimento humano decorre da transgressão a essa lei. Daí concluímos que pecar
contra Deus é atentar contra nós mesmos. Foi isso que levou Jesus a afirmar que
o reino de Deus está dentro de nós (Lucas, 17:20, 21), mas é preciso
cultivá-lo na prática das boas obras, pois o inferno também está com
aqueles que violam sua consciência.
Na questão 629 d’O Livro dos
Espíritos, lemos que “A moral é a regra do bem proceder, isto é, a
distinção entre o bem e o mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem
procede bem quando faz tudo pelo bem de todos, porque então cumpre a Lei de
Deus”.
Somente quando estivermos em equilíbrio
com a lei natural ou divina deixaremos de sofrer, como também lemos na questão
633 dessa obra, cujo trecho destaco: “[...] A lei natural traça para o homem o
limite de suas necessidades; quando ele o ultrapassa, é punido pelo sofrimento.
Se o homem sempre escutasse essa voz que lhe diz basta, evitaria a maior
parte dos males de que acusa a natureza”.
7 Eis
que eu nasci na iniquidade,
minha
mãe concebeu-me no pecado.
No capítulo 4, item 25 d’O Evangelho
Segundo o Espiritismo, é perguntado se a reencarnação é punição e se
somente a sofrem os espíritos culpados. A resposta é a de que a reencarnação é
instrumento de desenvolvimento da inteligência, que Deus concede a todos
igualmente. É um estado transitório, pelo qual só os espíritos que ainda não
aprenderam a usar bem seu livre-arbítrio estão sujeitos. Quanto mais obstinados
no mal, mais sujeitos à reencarnação estaremos, conforme a informação de São
Luís, n’O Evangelho Segundo o Espiritismo, item supra.
Cada pessoa nasce com suas tendências
boas e más. Cabe-lhe desenvolver as boas e combater as más, fruto de suas
encarnações anteriores. Ao nos tornarmos espíritos puros, não mais
reencarnaremos, pois estaremos plenamente identificados com a lei divina, ou
seja, sem máculas em nossa consciência.
Pelo exposto, deduzimos que Deus não nos
castiga, pois ele é Pai amoroso e bom para com todas as suas criaturas, mas o
sofrimento é instrumento de educação e aperfeiçoamento de todos os seres.
Somente deixaremos de sofrer quando aprendermos a trabalhar incansavelmente no
bem e tivermos quitado todos as nossas dívidas para com a lei divina. Por isto
recomendou-nos Jesus dizer na prece do Pai Nosso: “Perdoai as nossas dívidas,
assim como perdoamos aos nossos devedores”. Ou seja, se desejamos a
misericórdia divina para nós, precisamos usar igualmente de misericórdia para
nossos irmãos, filhos amados do mesmo Pai.
Paz
e luz!
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