EM DIA COM O
MACHADO 565:
MISÉRIA MATERIAL E
MORAL (Irmão Jó)
Almas irmãs, vou contar-lhes um caso
interessante, após a definição dos espíritos sobre o que é a miséria.
No item 707 d’O Livro dos
Espíritos, Allan Kardec pergunta: “É comum faltarem a certos indivíduos os
meios de subsistência, mesmo quando cercados pela abundância. A que se deve
atribuir esse fato?”
Resposta: “Ao egoísmo dos homens,
que nem sempre fazem o que devem. Na maioria das vezes, porém, deve-se atribuir
esse fato a eles mesmos. Buscai e achareis. Estas palavras não querem dizer que
basta olhar a terra para encontrar o que se deseja, mas que é preciso procurar
com ardor e perseverança, e não com indolência, sem se deixar desanimar pelos
obstáculos, que muitas vezes são simples meios de experimentar a vossa constância,
a vossa paciência e a vossa firmeza.”
Em seguida, Kardec faz diversas
considerações sobre a miséria e cita, como exemplo de esforço para erradicá-la,
os “povos mais adiantados”, que tudo fazem para “melhorar a condição material
dos homens”.
Ainda sobre o tema, transcrevo as perguntas
e respostas contidas nos itens 814 e 815 d’O Livro dos Espíritos:
814. Por que Deus concedeu a uns
a riqueza e o poder, e a outros a miséria?
“Para experimentá-los de modos
diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos
próprios Espíritos que, no entanto, nelas sucumbem frequentemente.”
815. Qual das duas provas é mais
perigosa para o homem, a da miséria ou a da riqueza?
“Ambas o são igualmente. A miséria
provoca as queixas contra a Providência; a riqueza leva a todos os excessos.”
Esta história, ouvi de um amigo aqui
de Brasília:
— Estávamos, eu e a esposa, tomando
uma sopa num self service da Asa Norte, à noite, quando se aproximou de
nós um senhor mal vestido, que nos pediu uma ajuda, segundo ele, para comer, alegando
estar com fome. Penalizado, mas cauteloso, separei as torradas, ainda intocadas
por nós, juntamente com um pequeno pote de creme, também não mexido, como
primeiro socorro, pronto para tirar da carteira pequeno valor monetário, como
acréscimo de ajuda, haja vista que alguns clientes também não negam auxílio aos
necessitados que sempre vão ali.
O pobre homem, sentindo-se humilhado
e sem saber qual era minha intenção, falou-nos, agressivamente: “— Não sou
cachorro, para comer resto de alimentos”. E afastou-se. A esposa, assustada com
aquela grosseria, ouviu quando ele disse mais adiante: “— Miserável!”
E desapareceu na noite. Aqui termina, meu amigo, seu relato.
Como dizem os espíritos, diversas
pessoas causam a própria miséria, mas revoltam-se contra quem os quer ajudar,
quando se julgam humilhados. Outros agradecem e ainda dizem: “Que Deus o
abençoe!”, o que desencadeia um acréscimo de compaixão e auxílio de quem é
abençoado.
Para isso, é necessário crer em
Deus, mas também crer nos homens e mulheres de bem, sendo humilde e agradecido,
nas pequenas coisas, o que não fazem os revoltados. Muitos deles nem ao menos
creem em Deus. Se cressem, perceberiam que o Senhor socorre seus filhos em
provas e expiações por meio doutros filhos que já superaram a desgraça material
e, principalmente, a miséria moral.
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