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sexta-feira, 9 de agosto de 2019



Dia moderno dos pais

Ele partiu... com ele, uma certeza:
A vida continua. Vida velha... vida nova...
Fazemos parte de uma grande família
Que não começa no berço e não acaba na cova

Ele partiu, após deixar no mundo
Sua viúva e mais sete filhos.
Sofreu demais, mas o que se acabou
Foi apenas o corpo que ficou...

Dentro de um barracão de sete palmos
Ficaram seis filhos e a outra filha,
Ficou sua viúva de quarenta anos
Que já perdera uma filha.

Agora, sua cabeça era uma pilha,
Uma pilha nevrótica, carregada
De uma revolta que explodia
E negava Deus e se rebelava...

Era sua viúva que gritava:
- Deus não existe ou não é justo!
Isso não podia acontecer,
Porém aconteceu. E daí?

O que importa, num mundo de mais de sete bilhões,
Sete orfãozinhos e sua mãe tão linda?
A vida continuaria, mesmo sem ele, para ela, jovem ainda,
Que nada mais podia dar senão sermões...

O filho que nem aniversário comemorou,
Agora que mais um dia vai chegar,
Prepara-se para o dia de domingo e
Cumprimenta quem tão jovem o deixou...

Senhor, por que tantos ais
No dia em que se festeja
Em casa, na rua, na igreja,
O dia de nossos pais!?

Brasília, 9 de agosto de 2019.
Antevéspera do "Dia dos Pais".















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