EM
DIA COM O MACHADO 382:
coerência, virtude
difícil – I (jó)
jojorgeleite@gmail.com
Agradeço muito a Deus sua tolerância, amor e
proteção desde sempre. Sobretudo, por blindar-me contra as decepções
provenientes das contradições existentes entre o que as pessoas falam e o que
elas fazem. E nisso não sou exceção.
Desde bem jovem, sempre acreditei nos
ensinamentos lógicos do Espiritismo. Lembro-me de que, aos seis anos de idade, ouvia meu pai, pessoa simples e
iletrada, criada no interior mineiro, falar sobre a justiça da reencarnação e
da bondade de Deus com uma sabedoria invejável.
E a conversa paterna, pasmem!... era, por
vezes, com pastor evangélico nosso vizinho, que nunca o contestava. O mesmo
amigo que, antes da desencarnação de papai, após longa doença deste, toda noite
visitava-nos e por ele orava. Papai ouvia, humilde, a prece e lhe agradecia o
apoio espiritual sem qualquer contrariedade. Isso é coerência.
O tempo passou, e passei a frequentar uma
mocidade espírita no Rio de Janeiro. Ali comecei, ano após ano, a observar quanto estamos
distantes de fazer o que recomendamos a outrem.
Por vezes, falava-se lá sobre a importância da
união e necessidade de exercitarmos a fraternidade com outras pessoas e
instituições coirmãs, pelo bem pessoal e de nossa amada Doutrina Espírita.
Isso, porém, era desmentido pelas “disputas de território” entre aqueles mesmos
diretores de nossa querida casa espírita e outra, vista como sua concorrente...
Noutras ocasiões, ouvi palestras de irmãos e
irmãs profundamente engajados na divulgação espírita, mas que, tão logo se encerrava
um evento religioso, passavam a criticar acremente os atos alheios, em
conversas pessoais. E o que é pior, até mesmo em homenagem a irmãos que já
haviam desencarnado e não tinham como se defender estes eram criticados...
É a eterna luta pelo poder temporal que nos
leva a disputar as atenções alheias e os cargos, vendo “um cisco no olho do
próximo, mas tendo uma trave no nosso”. Isso nos foi lembrado por nosso irmão
Julião na palestra que fez, no último domingo, na Federação Espírita
Brasileira.
Aprendamos com o Cristo, irmãos e irmãs, a
vigiar pensamentos, palavras e atos. Não os do próximo, mas os nossos...
Sejamos mansos e humildes de coração, como
Jesus, e encontraremos repouso para nossas almas, cansadas de disputas vãs. Uma
única causa deve mover-nos: a do amor ao próximo como a nós mesmos, sempre
atentos à recomendação de nosso Mestre querido:
Amarás ao
Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
espírito. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a
esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem
toda a lei e os profetas (Mateus, 22: 37- 40).
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