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terça-feira, 13 de agosto de 2019




EM DIA COM O MACHADO 380:
A PORTA ESTREITA (jó)

                Disse o Profeta que muitos seriam chamados; mas poucos, escolhidos, pois a porta da salvação é estreita e a da perdição é larga. Após um longo caminho que já vai para o cinquentenário de estudos espíritas, tenho refletido na sabedoria do Cristo. Talvez por isso, o Convertido de Damasco, Paulo de Tarso, depois de anos de longo esforço contra as más tendências que persistiam em sua alma tenha dito: “Miserável homem que eu sou, pois o bem que desejo é o que menos faço, e o mal que não desejo é o que mais pratico”.
            No final de sua missão, porém, o Convertido de Damasco afirmou: “Já não sou eu que vivo, mas é o Cristo que vive em mim”. Começamos agora essa jornada, mas temos a esperança de colher os frutos opimos de nossa semeadura um dia, ainda que esse dia esteja muito distante.
Não vou citar onde o leitor encontrará essas frases, porque as tenho de cor, mas basta consultar as Escrituras Sagradas para lê-las. Uma dica: escreva-as no site de busca do Google. Estou um pouco indisposto...
            No último sábado, estive na assembleia da Federação Espírita Brasileira para, como sócio, votar uma mudança no seu estatuto que propunha retirar dali a proposta de estudo de uma obra muito atacada no meio espírita. Já era consenso de todos a necessidade dessa modificação. Afinal, o documento foi redigido há décadas e a Instituição, que aprendi a amar desde a juventude, há muito não mais divulgava seu estudo, em vista do combate sistemático que vinha sofrendo de adeptos do Espiritismo contrários a ideias contidas na obra.
            Pois bem, retirado o trecho polêmico, com a aprovação de 58 dos 59 membros da casa presentes, isso não satisfez a uma doutora em pedagogia, incansável adversária da FEB, inconformada com a missão dessa casa. Agora, alega que foi mantido um artigo, no estatuto, que ela, como boa crítica, diz que deveria ser retirado, pois o Conselho Federativo da FEB (CFN) propõe às sociedades espíritas brasileiras pôr em prática seu conteúdo. Nossa irmã espírita (se é que ela admite essa denominação usada pelo próprio Kardec) atribui à própria FEB esse artigo, e praticamente exige sua retirada, pois, no seu entendimento acadêmico, a obra se refere ao causador da polêmica espírita e não é muito aceita no movimento espírita, por ser “mística demais”.
            Critica a Instituição por não comparecer aos debates de sua associação, cujo nome não vou declinar. Mas será que Jesus responderia a quem não o aceitava como nosso Mestre e Senhor? Com certeza, aconselharia novamente aos que lhe exprobassem o silêncio: “Não atireis as vossas pérolas aos porcos, nem deiteis as coisas santas aos cães”.
            Como disse o Espírito Alcíone, na obra Renúncia, psicografada por Chico Xavier e ditada pelo Espírito Emmanuel: “A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida” (cap. III da 2ª parte, pág. 269 da 36. ed. da FEB, 2017). E não será com ideologias materialistas das academias que alcançaremos isso.
Para respaldar ideias de “igualdade de gênero”, “aborto” e outras, que nada têm a ver com a proposta espírita, que nos afirma coisas muito mais profundas do que polêmicas superficiais, nossa irmã cita O Livro dos Espíritos. Entretanto, é nesse mesmo livro, na questão 625, que Jesus é citado como “modelo e guia da humanidade”. E sua mensagem sempre foi a favor da vida e não do crime.
            O próximo passo seria retirar o espírito religioso da FEB e do movimento espírita, que ela denomina “progressista”, com crítica à proibição do aborto e outras coisas mais, pois, no seu conceito, o Espiritismo de Kardec não pode ser tomado pelo “misticismo religioso”. Expliquei-lhe que Kardec, tão defendido por ela, não  classifica os espíritas, n’O Livro dos Médiuns, como “conservadores”, “progressistas” e outras “novidades” atuais, disseminadas por aqueles que mais prejudicam do que contribuem para a expansão do Consolador no mundo.
Ali, explica o Codificador que o verdadeiro espírita pode ser denominado de “espírita-cristão”. E outra frase citada por Kardec, que muitos dizem e ouvem, mas não praticam é a seguinte: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4).
A FEB não responde a esses ataques de pessoas que pretendem inserir no Espiritismo as ideologias materialistas e teorias humanas despropositadas, mas nós, que nos esforçamos em ser um dia considerados “verdadeiros espíritas, não nos podemos calar. A porta pode até ser estreita, mas não a mente do estudioso espírita evangelizado que, sem a intenção de agredir o materialista travestido de espírita, percebe bem a diferença entre o Materialismo, de concepção humana, e o Espiritismo, de origem Divina.

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