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sábado, 26 de dezembro de 2020

 


13.4 Convidar os pobres e estropiados. Dar sem esperar retribuição

 

    Disse também àquele que o convidara: Quando der um jantar ou uma ceia, não convide nem seus amigos, nem seus irmãos, nem seus parentes, nem seus vizinhos que forem ricos, para que não aconteça que também eles o convidem à sua vez, e lhe paguem com isso. Mas quando der um banquete, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos.  E você será feliz, porque esses não têm com que lhe retribuir; porque isso lhe será retribuído na ressurreição dos justos.         

    Um dos que estavam à mesa, ao ouvir estas palavras, disse a Jesus: Feliz é aquele que comer do pão no Reino de Deus (Lucas, 14: 12-15).

    Quando der um banquete, disse Jesus, não convide seus amigos, mas os pobres e os aleijados. Estas palavras, absurdas, se as tomarmos ao pé da letra, são sublimes, quando procuramos entender-lhes o espírito. Jesus não poderia ter querido dizer que, em lugar dos amigos, se devesse reunir à mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre figurada, e para os homens incapazes de compreender os tons mais delicados do pensamento, precisava usar de imagens fortes, que produzissem o efeito de cores vivas. O fundo de seu pensamento se revela por estas palavras: E você será feliz, porque esses não têm com o que lhe retribuir. Ou seja,  não se deve fazer o bem com vistas à retribuição, mas pelo simples prazer de fazê-lo. Para fazer  uma comparação impressionante, disse: Convida os pobres para seu banquete, pois você sabe que eles não podem lhe retribuir. E por banquete é necessário entender, não propriamente as refeições, mas a participação na abundância de que você desfruta.

    Essas palavras podem também ser aplicadas em sentido mais literal. Quantas pessoas só convidam para a sua mesa os que podem, como dizem, honrá-los ou retribuir-lhes o convite. Outros, ao contrário, ficam satisfeitos em receber parentes ou amigos menos afortunados. Ora, quem não os têm entre os seus? Dessa forma, prestamos-lhes um grande serviço sem que o percebam. Os que, sem ir buscar os cegos e os estropiados, praticam a máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e se sabem disfarçar o benefício com sincera cordialidade.

    Tradução livre do prof. dr. Jorge Leite de Oliveira

Um comentário:

  1. No começo do espiritismo fiz exatamente isso. Mas o resultado foi desagradável, não tendo vínculos com as pessoas convidadas a festa perde o sentido.

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