O EVANGELHO POR
EMMANUEL
Comentários
às cartas universais e ao apocalipse (domingo -10/09/2023)
Bem-aventurado
o homem que suporta com paciência a provação. (Tiago, 1:12)
Resiste
à tentação
Enquanto nosso barco espiritual navega nas
águas da inferioridade, não podemos aguardar isenção de ásperos conflitos
interiores. Mormente na esfera carnal, toda vez que empreendemos a melhoria da
alma, utilizando os trabalhos e obstáculos do mundo, devemos esperar a
multiplicação das dificuldades que se nos deparam, em pleno caminho do
conhecimento iluminativo.
Contra o nosso anseio de claridade, temos
milênios de sombra. Antepondo-se-nos à mais humilde aspiração de crescer no bem,
vigoram os séculos em que nos comprazíamos no mal.
É por isto que, de permeio com as bênçãos
do Alto, sobram na senda dos discípulos as tentações de todos os matizes.
Por vezes, o aprendiz acredita-se
preparado a vencer os dragões da animalidade que lhe rondam as portas; todavia,
quando menos espera, eis que as sugestões degradantes o espreitam de novo,
compelindo-o a porfiada batalha.
Claro, portanto, que nem mesmo a sepultura
nos exonera dos atritos com as trevas, cujas raízes se nos alastram na própria
organização espiritual. Só a morte da imperfeição em nós livrar-nos-á delas.
Haja, pois, tolerância construtiva em
derredor da caminhada humana, porque as insinuações malignas nos cercarão em
toda parte, enquanto nos demoramos na realização parcial do bem.
Somente alcançaremos libertação, quando
atingirmos plena luz.
Entendendo a transcendência do assunto, o
apóstolo proclama bem-aventurado aquele “que sofre a tentação”. Impossível, por
agora, qualquer referência ao triunfo absoluto, porque vivemos ainda muito
distantes da condição angélica; entretanto, bem-aventurados seremos se bem
sofrermos esse gênero de lutas, controlando os impulsos do sentimento menos
aprimorado e aperfeiçoando-o, pouco a pouco, à custa do esforço próprio, a fim
de que não nos entreguemos inermes às sugestões inferiores que procuram
converter-nos em vivos instrumentos do mal.
(Pão nosso. FEB Editora, cap. 101)
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